A caminhada partiu da Unidade Municipal de Ensino Infantil (Umei) Betinho, onde integrantes da oficina de teatro declamaram textos, escritos por eles mesmos, que falavam sobre o que os jovens querem. A frase “Precisamos de incentivo e amor de verdade, só trabalho criativo transforma a comunidade” foi uma que teve destaque.

O grupo da oficina de capoeira apresentou-se em uma grande roda animada por todos os presentes. Guiados pelo grupo de percussão do bairro Paulo VI, outra região atendida pelo Fica Vivo!, o cortejo seguiu pelas ruas do Novo Aarão Reis, fazendo paradas em pontos estratégicos. Em cada pausa, havia uma nova performance de teatro do grupo e apresentações de diferentes oficinas do programa.

O trajeto seguiu sob o embalo dos versos “Ô venha pra cá, venha conhecer, quanta coisa boa que espera por você. Se você não acredita, eu vou mostrar pra você”. A música e a animação chamavam a atenção dos moradores que saíam de suas casas para assistir às exibições e recebiam, das mãos dos jovens, folhetos com a relação de oficinas oferecidas no bairro, com local e horário de realização.

“É muito legal participar do Fica Vivo!. Antes eu ficava em casa, sem fazer nada. Agora tenho uma atividade”, diz Welbert Felipe da Silva, 16 anos, que participa da oficina de axé. Sabrina Alves Roberto faz parte do grupo de teatro e diz ter descoberto sua paixão. “Quero ficar no teatro até estar velhinha”, planeja.

O oficineiro de capoeira Pedro Vanderlei Ferreira Júnior ressalta a importância da intervenção na comunidade. “Em várias partes do bairro, os moradores não conheciam o programa”. Ele acredita que a oportunidade de participar de atividades culturais pode ajudar os jovens a focarem suas vidas longe da criminalidade. “Muitos participantes da minha oficina já falam que querem ser professores também. Isso faz com que eles usem o tempo para conseguir as graduações até tornarem-se mestres e alcançar esse objetivo”.

Correria

A caminhada pelo bairro recebeu o nome de Na correria com o Fica Vivo! com base na tentativa da equipe técnica do programa de se apropriar de uma gíria comum entre os jovens da região. “Eles usam essa expressão para chamar os colegas para alguma atividade, sendo que muitas vezes é para a prática de coisas erradas. Nossa intenção foi partir desse lugar que eles já conhecem, mas utilizando para uma coisa positiva”, explica a técnica social do programa, Juliana Reis. ficavivo1.jpg

A última parada aconteceu na praça principal do bairro, na avenida Hum, onde os jovens da oficina de grafite mostraram suas habilidades de desenho e pintura em um muro autorizado. O encerramento aconteceu na Escola Municipal Hebert José de Souza, com um lanche especial servido para todos. Nos próximos meses, a equipe técnica do programa irá monitorar o número de participantes das oficinas do bairro para avaliar os resultados do evento.

Prevenção

O programa Fica Vivo! é desenvolvido pela Superintendência de Prevenção à Criminalidade (Spec), da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) , em Belo Horizonte e em outras 11 cidades da Região Metropolitana e interior. Sua metodologia de atuação procura unir o suporte social – que engloba a criação de oportunidades de profissionalização, além do oferecimento de opções de lazer, educação e cultura – à repressão qualificada nas comunidades, por meio de ações conjuntas com órgãos como o Ministério Público e as polícias Civil e Militar.

O Núcleo de Prevenção à Criminalidade do Ribeiro de Abreu atende também aos bairros Novo Aarão Reis, Paulo VI e Conjunto Paulo VI. As ações do Fica Vivo! envolvem cerca de 1.200 jovens dessas regiões, em quase 50 oficinas.

O NPC também desenvolve o programa Mediação de Conflitos que tem por objetivo contribuir para a minimização de confrontos, riscos sociais e violências. Em cada comunidade atendida, os técnicos sociais do programa auxiliam os moradores a resolver desentendimentos que surgem no convívio em sociedade e promovem o acesso a informações, bens e serviços essenciais para o pleno exercício dos direitos humanos e fundamentais.

Desde 2005, a implantação, desenvolvimento e consolidação dos NPCs é feita em parceria com a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Instituto Elo.

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