UBERLÂNDIA (11/04/11) - A 9ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), com sede em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, apresentou redução de 18% nos crimes violentos entre os anos de 2009 e 2010, chegando a índices próximos aos do ano de 1998. O balanço foi apresentado nesta segunda-feira (11) pelos representantes das forças policiais locais, em um encontro que contou com a presença do secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Genilson Ribeiro Zeferino, e representantes da chefia das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros.
O comandante da 9ª Região da Polícia Militar, coronel Dilmar Fernandes Crovato, disse que o pico da criminalidade violenta aconteceu em 2005, com o registro de 10.504 crimes e, desde então, apresenta queda vertiginosa, baixando para 3.901 ocorrências no ano de 2010. “A queda se deve aos investimentos realizados, à integração das forças policiais, ao estudo dos tipos de crime e ao trabalho de inteligência”, enumera. Somente em 2010, o Triângulo Mineiro recebeu investimentos aproximadamente R$ 19 milhões em segurança pública, dos quais R$ 7,8 milhões foram para Uberlândia.
Além dos crimes violentos contra a pessoa, como os homicídios consumados ou tentados e estupros, também houve redução de quase 21% nos crimes violentos contra o patrimônio, como roubos a mão armada, e de 11,72% nos furtos consumados, representado pelos arrombamentos a residência urbana.
Para Genilson Zeferino, a redução da criminalidade se deve à perspicácia e sofisticação com que as forças policiais enfrentam o fenômeno, somados aos programas de prevenção, que completam o ciclo. Em Uberlândia, há os programas Fica Vivo!, Central de Apoio a Penas e Medidas Alternativas (Ceapa) e Reintegração Social de Egressos do Sistema Prisional (Presp). “Uberlândia e região já definiram: a situação é cada vez mais difícil para quem insistir em cometer crimes”, afirmou.
Desafios
Apesar da queda dos crimes violentos, houve aumento de 8% nos homicídios na 9ª Risp. Para o enfrentamento, as forças policiais desenvolvem uma série de ações preventivas e repressivas, como o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), o Grupo Especializado de Policiamento em Áreas de Risco (Gepar), o Disque Denúncia Unificado (DDU) 181 e a intensificação do policiamento baseado nos trabalhos de inteligência, análise e estatística. “O homicídio é um crime que tem nos preocupado. Algumas ações são muito pouco permeáveis à ação da polícia, especialmente na esfera preventiva”, pondera o subchefe do Estado Maior da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel José Anísio de Moura.
O secretário-adjunto Genilson Zeferino classificou as ocorrências de trânsito como outro ponto que merece atenção na 9ª Risp, já que podem, em médio prazo, ter reflexo, inclusive, na saúde pública, demandando uma grande quantidade de leitos de internação.
Parceria
Além de Uberlândia, os municípios de Uberaba, Juiz de Fora (Zona da Mata) e Unaí Noroeste) já tiveram reuniões de apresentação dos indicadores de criminalidade. A ideia é que, até o final do ano, elas aconteçam em todos os 18 municípios sede de Risp, envolvendo os diversos atores relacionados à segurança pública. “O crime é dinâmico, se aperfeiçoa a cada dia. Temos que pensar, sempre, em novas formas de lidar com esse fenômeno. É um desafio do nosso tempo. Por mais que se avance, há sempre a sensação de incompletude”, avalia Zeferino.
O secretário ressalta a importância de se ter, como em Uberlândia, a presença massiva de representantes do poder judiciário e do executivo municipal. “Percebemos claramente o resultado positivo em regiões onde há participação da população e do poder local. Só assim a política faz sentido”, afirma.