O jovem Jeferson Barbosa, de 21 anos, é um exemplo de que a iniciativa tem dado certo. Após conhecer o programa Fica Vivo, ele viu sua vida se transformar. “Aos 13 anos me envolvi com uma turma que atuava com o tráfico de drogas. Mas quando um amigo me levou às oficinas do Fica Vivo percebi que queria mudar de vida e não seguir o caminho errado. O programa abriu os meus olhos”, declara. “Muitas vezes os adolescentes chegam da escola e por não ter outras atividades gastam o tempo na rua e podem encontrar coisa errada para fazer. O Fica Vivo é uma oportunidade para ocupar o tempo com boas atividades e abrir a mente”, avalia o jovem.
Assim como Jeferson, os jovens, com idade entre 12 e 24 anos, contam com oficinas, atividades como grafite, futsal masculino e feminino, percussão, dança, capoeira, muay thai, rap, montagem de bijuterias e ainda palestras sobre sexualidade e valores humanos. As ações são realizadas nos Centros de Prevenção à Criminalidade e em praças públicas, igrejas e escolas.
As atividades oferecidas contribuem até mesmo para uma formação profissional. É o caso da estudante de Educação Física, Taís Ferreira, de 20 anos. De participante das oficinas de artes marciais, ela se tornou oficineira. “Comecei a participar das atividades em 2005 e entrei para equipe em dezembro de 2012. O programa atrai e ajuda muitos jovens, como me ajudou, porque aprendi muita coisa”, conta a estudante, que dá aulas de artes marciais.
O programa atende a cerca de 600 jovens por mês. “O Fica Vivo acompanha a trajetória individual de cada participante. E as atividades promovem a capacidade de comunicação e interação entre os envolvidos. É visível a mudança na trajetória de vida desses jovens”, destaca a gestora do Centro de Prevenção à Criminalidade de Uberlândia, Natália Bernardes.
Entre 2005 e 2012, foram investidos cerca de R$ 6,9 milhões nos programas desenvolvidos em Uberlândia. As unidades funcionam no Centro e no Bairro Morumbi.
Presp
O Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (Presp) acolhe pessoas recém-liberadas do sistema prisional, oferecendo a elas assistência psicológica, social, encaminhamento para cursos e postos de trabalho. Trata-se de um equipamento público de inclusão social que promove condições para que essas pessoas retomem a vida social em liberdade. A média de atendimento realizado por ano é de cerca de cinco mil atendimentos.
Ceapa
O Programa Central de Acompanhamento de Penas e Medidas Alternativas (Ceapa) tem como objetivo o monitoramento e o acompanhamento da execução das penas restritivas de direito, transações penais e suspensão condicional do processo em Minas Gerais. Assim, o Estado resgata o sentido educativo da pena, previne a reincidência criminal e desperta a participação cidadã junto a seus usuários. O número de atendimentos é de cerca de 7.300 por ano.
Mediação de Conflitos
Lançado em 2012, no Centro de Prevenção à Criminalidade de Uberlândia, o programa visa desenvolver ações de articulação comunitária através do envolvimento dos indivíduos, famílias e instituições locais, no intuito de prevenir conflitos potenciais e concretos, evitando que estes se desdobrem em ações violentas e/ou delituosas. Suas ações são orientadas pela identificação de situações de violação de direitos, restaurando-os e integrando as pessoas e comunidade na perspectiva de impedir novas violações. O programa se estrutura em Mediação Atendimento, Mediação Comunitária, Ações e Projetos Temáticos Locais e Projetos Institucionais.