Proporcionar aos presos uma melhor oportunidade de ressocialização, garantindo uma vida longe do crime, é o objetivo quando se investe em capacitação dos detentos. Na tarde desta sexta-feira (17.04), a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) apresentou ações e iniciativas bem sucedidas de educação e profissionalização de detentos de Minas durante o Seminário Estadual de Profissionalização e Ensino nas Prisões, realizado no Palácio das Artes, no centro de Belo Horizonte.

Profissionais do Sistema Prisional reunidos na Sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes. Crédito foto: Renato Cobucci/Imprensa MG

O Seminário contou com a apresentação do coral “Vozes da Cela”, um dos cases de sucesso, composto por custodiados do Presídio de São Lourenço, que já soma mais de 500 apresentações no seu currículo. O maestro José Henrique Martins, é o criador da iniciativa e instrutor dos detentos no coral. Para ele a música é uma das responsáveis por auxiliar significativamente no processo de ressocialização de diversos detentos.  “Essa iniciativa é muito mais que um projeto, é uma grande escola de vida e humanização. Acredito que a música possa transformar essas vidas”, afirmou.

Detentos do Coral de São Lourenço cantam no seminário. Crédito fotos: Renato Cobucci/Imprensa MG

Durante o Seminário houve também a assinatura dos Termos de Cooperação Técnica (TCT) com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET) e o Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS) – garantindo quatro mil novas vagas de ensino profissionalizante no sistema prisional.

Superintendente de Atendimento ao Preso, Helil Bruzadelli, durante palestra. Crédito foto: Renato CobucciO superintendente de Atendimento ao Preso da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Helil Bruzadelli, destacou a importância de parcerias no incentivo à capacitação dos detentos do Estado. Ele afirmou que a assinatura dos Termos de Cooperação Técnica é muito mais que uma formalização, já que contribui para que mais presos tenham oportunidade de mudar suas vidas. "A nossa missão é custodiar os indivíduos, mas, sobretudo, acreditar na transformação deles. Daí a importância de encontrar parceiros que apostem nisso junto com a gente", finalizou.

Números

A busca pela ressocialização e pela humanização no cumprimento da pena já resulta em 8.500 presos estudando, sendo que cerca de 200 cursam o nível superior. No final do ano passado, cerca de seis mil detentos prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Cerca de 13 mil detentos também trabalham enquanto cumprem pena.

Como forma de incentivo ao trabalho ou estudo, eles têm remição da pena. A cada 24h de atividades laborais ou 12 horas na sala de aula, um dia é diminuído da sentença a ser cumprida.

 

Por Poliane Brandão 

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