O Complexo Penitenciário Público Privado (CPPP), em Ribeirão das Neves, inaugurou, na manhã desta terça-feira (19.05), mais uma oficina de trabalho e ressocialização para os detentos que cumprem pena na unidade. Presos do local agora poderão trabalhar na reforma e recuperação de campânulas de telefone, também conhecidas como orelhões. A parceria foi firmada entre a Subsecretaria de Administração Prisional (SUAPI) e a Telemont Comunicações. A empresa investiu na construção de um galpão de 700m² em terreno dentro do Complexo.


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Trinta detentos executarão a recuperação dos orelhões, supervisionados por um profissional da empresa parceira. A diretora de Recursos Humanos da Telemont, Maria de Lourdes Aguiar, destacou que a ideia é chegar ao número de 100 presos trabalhando com uma jornada de 8 horas diárias. Ela também ressaltou que o material com que os presos trabalham é amplamente utilizado em várias atividades, facilitando na busca de um emprego depois do cumprimento da pena: “A fibra de vidro é versátil e utilizada na confecção de piscinas, brinquedos infantis, escorregadores, peças automotivas, etc”.

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O diretor de Trabalho e Produção da SUAPI, Guilherme Augusto Alves Lima, acredita que a transformação individual de cada detento só vai ocorrer por meio do investimento em educação e profissionalização e na preparação para a reintegração dos presos à sociedade. “A gente trabalha com o objetivo de transformar as vidas dessas pessoas que estão sob a nossa custódia nas unidades prisionais. As oficinas de trabalho são muito importantes nesse processo de qualificação”, acrescenta.


Usando o ditado que “cabeça vazia é oficina do diabo” o detento Aurelino Gomes diz que o trabalho é muito importante para que o cumprimento da pena se torne mais leve e produtivo. “Quando estamos presos, a gente tem muito tempo para pensar. E pensamos em várias coisas, boas e ruins. Com o trabalho, o tempo passa mais rápido. Pra mim, o trabalho é uma terapia aqui dentro.”, contou.


Atualmente, são mais de 15 empresas instaladas no Complexo gerando mais de 500 empregos. O presidente da GPA (empresa privada parceira no CPPP), Rodrigo Gaiga, acredita que, através do investimento no trabalho, o retorno à liberdade do detento ocorrerá em uma condição melhor do que a de quando ele chegou à prisão.

Por: Poliane Brandão

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