Graças a parcerias com empresas e instituições, o Complexo Penitenciário Doutor Pio Canedo, de Pará de Minas, acaba de atingir a marca de 300 presos trabalhando, em atividades que vão desde a preparação de palha de milho para cigarros artesanais até a produção de blocos de concreto.

Presos aplicam silk em panos de pratos. (Foto: Omar Freire / Imprensa MG) 

Entrar na área de trabalho do estabelecimento prisional, na Região Central do Estado, é como visitar um conjunto de fábricas. No galpão da empresa UAI Brindes, 35 presos fazem panos de pratos com aplicação de silk, suportes para chaves e caixas de fósforo, além de capas para galões de água mineral. A linha de produção é ajustada constantemente de acordo com a demanda do mercado.

Presos costuram capas para galão de água mineral (Foto: Omar Freire / Imprensa MG)

A preparação do cigarro de palha emprega isoladamente o maior número de detentos. São quase 100 presos trabalhando de manhã e à tarde. Diariamente chegam na unidade grandes sacos com a palha, que passa por um processo de seleção, abertura, prensagem e empacotamento.

Preparação da palha de milho para cigarros de palha (Foto: Omar Freire / Imprensa MG)

O complexo penitenciário é comandado há nove anos por uma mulher, Sara Simões Pires, que enfrenta, assim como a maioria dos diretores de unidades prisionais do Estado, a herança da superlotação. O Complexo Pio Canedo tem capacidade para 396 presos e está com lotação de aproximadamente 950.

A diretora-geral destaca a importância das parcerias de trabalho para amenizar o problema, lembrando que o empenho dos servidores é fundamental para conquistar a confiança das empresas nas linhas de produção dentro das unidades.
“Hoje, felizmente, temos empreendedores na fila de espera para instalar oficinas de trabalho dentro do Complexo Pio Canedo”, revela a diretora.

Novidade

Uma fábrica de blocos de concreto da Preforte Pré-fabricados, começou a funcionar há pouco mais de um mês em área externa próxima da muralha. Atualmente, 10 presos estão empregados e a previsão é que cheguem a 20 nos próximos meses. Uma empresa da cidade já encomendou 100 mil peças. O próximo cliente será a construtora Marco XX, encarregada da construção do novo presídio de Pará de Minas, em área vizinha ao Complexo Pio Canedo.

Presos na fábrica de blocos de concreto (Foto: Omar Freire / Imprensa MG)

Leandro Quirino, sócio da Preforte, explica que também está produzindo mourões, meio-fio, piso intertravado e laje treliçada de cimento. “A parceria é compensadora para todos. Dentre as diversas vantagens para o empresário podemos destacar a assiduidade e dedicação dos presos.”

A penitenciária tem ainda frentes de trabalhos na limpeza urbana, em parceria com a Prefeitura de Pará de Minas e fabricação de palets de madeira.


Por Bernardo Carneiro

Crédito fotos: Omar Freire / Imprensa MG

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