Jéssica Francisca Gonçalves, de 23 anos, foi eleita a recuperanda mais bonita das Associações de Proteção aos Condenados (APACs) de Minas Gerais e ficou com a última vaga das seletivas para a final do Miss Prisional, em junho, em Belo Horizonte. Ela e outras nove presas de todas as regiões vão desfilar no pátio de banho de sol do Complexo Penitenciário Estevão Pinto em busca do título estadual. Jéssica é da APAC de Rio Piracicaba e disputou a faixa com outras dez mulheres.
Na APAC, a nova miss está há um ano e dois meses. Outros 17 meses de pena foram cumpridos em outras unidades femininas do Estado. O sonho de conquistar a faixa de presa mais bonita também tem tempo. Em 2014, enquanto ainda estava no Presídio de Rio Piracicaba, ela participou das seletivas regionais, mas não chegou à final. Neste ano, diz que vai fazer de tudo para trazer o título de Miss Prisional 2016 para as APACs.
“O concurso mostra que não estamos esquecidas, nos lembra que ainda somos mulheres. Contribuiu muito com nossa autoestima. Estou feliz de ter sido escolhida. Vou me dedicar muito para tentar levar o título, em Belo Horizonte”, ressalta.
Jéssica foi escolhida por um júri formado por representantes do Poder Judiciário e parceiros da instituição, em evento na última semana. Foram avaliados os quesitos beleza, simpatia, postura, corpo, rosto e desenvoltura.
“Resgatar a feminilidade e autoestima faz parte do processo de tornar essas mulheres mais motivadas ao saírem. Ajudá-las a valorizar a liberdade é importante para que elas voltem pessoas melhores para a sociedade”, destaca a superintendente de Atendimento ao Preso, Louise Bernardes.
As finalistas
Jéssica é a última finalista escolhida para participar da grande final, no próximo mês, em Belo Horizonte. Ela representa as APACs.
A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) selecionou três representantes: Marcella Moreira Cagnani, de 26 anos, presa do Presídio São Joaquim de Bicas II, ficou com o título de Miss Prisional RMBH. Camila Kellen Ribeiro Dias, de 28 anos, do Presídio Feminino José Abranches Gonçalves, de Ribeirão das Neves, e Rayana Karolina Damasceno, de 25 anos, do Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, de Belo Horizonte, com o segundo e terceiro lugares, respectivamente.
Para representar a região do Triângulo Mineiro, Tatiele Aparecida Silva, de 30 anos, da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia.
Thaiene Cristina Machado Pinto, de 21 anos, do Presídio de Coronel Fabriciano, é a representante das regiões do Vale do Aço e Vale do Rio Doce.
O Sul e do Centro-Oeste de Minas tiveram como escolhida Tamara dos Santos, de 25 anos, da Penitenciária de Três Corações.
Núbia Rayane Fonseca da Silva, de 22 anos, cumpre pena no Presídio Alvorada, em Montes Claros e foi a eleita das regiões Norte e Noroeste de Minas.
A vencedora da etapa Mata e Vertentes foi Monize do Nascimento, de 29 anos de idade, detenta da Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora.
As APACs
As Apac’s são instituições da sociedade civil sem fins lucrativos que aplicam a Lei de Execuções Penais (LEP), mas sob um modelo que enfatiza a reforma interna do condenado para a assunção da culpa, o arrependimento e a ressocialização. No estado são 39 unidades. Deste total, cinco são femininas.
Matéria: Poliane Brandão
Fotos: Divulgação APAC