Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Minas estão sendo treinados para preenchimento do Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), nome dado ao antigo Boletim de Ocorrências. Com a mudança, a Polícia Civil ficará liberada do registro das principais naturezas criminais já reunidas pela PRF em seu próprio sistema, enquanto o governo do Estado passa a ter acesso rápido a um banco de dados mais completo.
Ao todo, 70 agentes da PRF vão participar do treinamento prático para operação do Reds. O curso é coordenado pela Escola Integrada da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e ministrado por instrutores da Polícia Militar e da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap). A primeira turma foi capacitada nesta quinta-feira (14/06), e a segunda receberá o treinamento na sexta-feira.
Para o Estado, a capacitação e posterior inclusão da PRF como um dos atores habilitados no preenchimento do Reds vai possibilitar mais praticidade e agilidade no registro de ocorrências e na extração de dados estatísticos. A PRF, por sua vez, terá seu trabalho otimizado ao ter acesso direto às consultas feitas pelo sistema do Reds. Essa integração possibilitará, por exemplo, que o policial rodoviário federal consulte de forma imediata o histórico criminal de indivíduos abordados durante suas operações.
“É muito importante este processo de integração entre as forças de segurança, incluindo o Estado e a União, inclusive para melhorar os processos de atendimento ao cidadão”, avalia o subsecretário de Integração de Segurança Pública, Danilo Emanuel Salas.
Chefe da Seção de Operações da PRF, Márcio Camargos conta que a PRF selecionou, para o treinamento, os policiais que trabalham diretamente no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICC) da Sesp, em grupos táticos e nas inteligências. Ele explica que o treinamento é apenas uma das etapas do processo de integração da PRF com o governo do Estado.
“Além da integração do serviço operacional, que já fazemos com as blitze conjuntas, por exemplo, estamos agora trabalhando na integração dos sistemas”, detalha Camargos. “O objetivo final é integrar o sistema totalmente, para que, quando uma ocorrência for lançada, haja a migração automática para o sistema do Estado”.
Um dos instrutores do treinamento, Márcio José da Silva, diretor de Sistemas de Informação da Seap, ressalta que a inserção da PRF no Sistema Integrado de Defesa Social vai ao encontro da nova lei que cria o Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Entre outras medidas, o Susp prevê a unificação dos bancos de dados das forças de segurança. “Para a população, esse processo vai significar mais efetividade, sem fragmentação ou perda de dados”, destaca.
Texto: Luiza Muzzi
Fotos: Omar Freire/Imprensa MG