Há 15 anos era inaugurado, na Zona da Mata mineira, o Centro Socioeducativo (CSE) de Juiz de Fora.Desde a fundação, os profissionais atuantes na unidade, em conjunto com parceiros externos, promoveram diversas atividades de ressocialização junto aos adolescentes que entraram em conflito com a lei e foram acautelados no período da medida de internação aplicadapela Justiça. Para celebrar a trajetória histórica de funcionamento no município, a direção do CSE de Juiz de Fora, sob administração da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), promoveu na manhãdesta terça-feira, 04/04, uma cerimônia comemorativa, com a presença de autoridades e parceiros da unidade.
A subsecretária de Atendimento Socioeducativo da Sejusp, Giselle Cyrillo, participou do evento e afirmou que o Centro Socioeducativo de Juiz de Fora é fundamental para a responsabilização dos adolescentes da Zona da Mata. “A unidade já propiciou a vários deles a oportunidade de reconstruírem suas vidas, de uma maneira cidadã. Celebrar os quinze anos desse importantíssimo trabalho na região é reconhecer o empenho de cada um dos servidores da política de atendimento socioeducativo, que atuam de maneira tão devotada e qualificada nessa unidade”, salientou a subsecretária.
Para o diretor do CSE de Juiz de Fora, Osnério Abreu, os parceiros, dos setores público e privado, são fundamentais para que se consiga interromper a trajetória infracional. “É uma conquista conjunta. Com essas parcerias conseguimos ampliar ofertas de estudo, cursos profissionalizantes e emprego.Em 2020, por exemplo, iniciamos uma turma de cinco jovens aprendizes em uma rede de supermercado. Desde o início dessa parceria, outros cinco também já participaram, gerando oportunidade de experiência e qualificação. Finalizado o programa, que dura doze meses, um jovem da primeira turma foi efetivado pela empresa e já tem um ano de exercício como contratado direto”, exemplificou Osnério.
Uma oportunidade de emprego também é o que busca Pedro Sampaio*, de 18 anos. Quando foi acautelado no CSE de Juiz de Fora, o jovem não imaginava que teria várias oportunidades de estudo, lazer e qualificação durante o período de restrição de liberdade. Pedro, que parou os estudos na oitava série para trabalhar - após o nascimento de sua filha -, retornou à sala de aula na escola pública que funciona dentro da unidade e tem aproveitado as diversas oportunidades para se qualificar.
“Quando for desligado, espero trabalhar bastante e ajudar minha família. Aqui eu estudo, participo da oficina de panificação, de artesanato, faço curso de computação (antes só sabia entrar em redes sociais, agora aprendi a digitar mais rápido e estou aprendendo os programas), pratico esporte e recebo várias orientações sobre saúde”, compartilhou o jovem.