A capacitação para as duas atividades é fruto de uma parceria firmada entre o Comitê de Cidadania da Câmara Americana de Comércio (Amcham) e a  Seds.  Na semana passada, dia 27.05, a vice-presidente da Amcham, Edna Roriz, visitou a unidade para iniciar o treinamento.  

A fórmula "mágica" para a produção dos produtos foi ensinada às detentas como "segredo guardado a sete chaves". O intuito é que elas tenham uma possibilidade de renda para que o processo de reintegração seja mais eficiente. Trazer para o regime prisional atividades socioeducativas é um incentivo para que essas mulheres exerçam atividades lucrativas e saiam do sistema prisional sem a possibilidade de voltar.

Edna Roriz  explica que, hoje, a Secretaria tem que comprar sabonetes, e as presas começam a produzir um sabonete de qualidade, que pode ser vendido com uma boa margem de lucro. “Para elas, é uma possibilidade de organizar melhor a vida dos filhos, ajudar suas famílias lá fora e a própria Secretaria terá uma condição de absorver as atividades exercidas pelas detentas”. Edna pensa ir mais longe com o negócio, apresentando às empresas que fazem parte da Amcham os produtos fabricados pelas presas. Assim, essas companhias, socialmente responsáveis, poderão também adquiri-los.

Durante todo o curso, as detentas fizeram cálculos, tiraram dúvidas sobre os ingredientes utilizados, atentas à nova oportunidade de renda, dignidade e emprego. "Sair daqui com uma profissão é muito importante, ganhar meu dinheiro para cuidar dos meus filhos é um ótimo começo e um supernegócio", afirma Vagnéia Aparecida Santos, 28 anos, mãe de dois filhos.

Edna Roriz lembra que adquirir um produto é uma maneira de investir na segurança da sociedade, gerar empregos e também de diminuir os índices de violência. E para essas mulheres, representa uma nova perspectiva de vida, já que não é nada fácil inseri-las no mercado de trabalho convencional.

A vice-presidente da Amcham contou que "era um compromisso pessoal fazer algo pelas mulheres que estão em regime de privação de liberdade. Ao terminarem de cumprir suas penas, aquelas que forem mais empreendedoras ganharão muito dinheiro com essa atividade". Para diversificar ainda mais a idéia, as presas pretendem buscar embalagens práticas, recicláveis e que tenham, além de beleza , baixo custo. Outra medida urgente para iniciar o negócio é a votação do nome da linha de produtos, com direito a cédula e urna. Afinal, "pequenas empresas, grandes negócios". 

Enviar para impressão