A taxa é calculada a partir das ocorrências feitas pela Polícia Militar e pela Divisão de Crimes Contra a Vida da Polícia Civil.  O secretário Campos Júnior ressaltou a qualidade dos números apurados, uma vez que o Cinds aguarda o prazo de 30 dias - período equivalente ao estipulado pela Polícia Civil para a conclusão dos inquéritos -, verificando se alguma ocorrência que entrou no sistema como tentativa de homicídio, resultou em morte. “Fazemos isso para não haver risco de subnotificação”, destacou.

Os crimes violentos classificados para elaboração dos dados são divididos em duas categorias. Uma trata-se dos crimes contra o patrimônio, representados pelos roubos consumados e nos assaltos (mão armada). A outra é a dos crimes contra a pessoa, como tentativas de homicídio, homicídios consumados e estupros consumados.

Os índices apresentados tomam como referência de território o Estado, os 34 municípios que compõem a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e a própria capital. O quarto parâmetro são as cidades mineiras com população superior a 100 mil habitantes. Participaram do anúncio o coronel Gilberto Cabral Costa, representando chefe do Estado Maior; o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Renato Vieira de Souza; o coronel Sílvio Antônio de Oliveira, representando comandante do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Gilvam Almeida Sá; e o chefe da Polícia Civil, delegado-geral Marco Antônio Monteiro de Castro.


Avaliação trimestral

Na avaliação comparativa por trimestre, os números de ocorrências de crimes violentos registrados no Estado indicam que Minas Gerais apresentou uma queda nos primeiros três meses de 2009 capaz de retroceder o quadro ao mesmo verificado no período equivalente do ano 2000.

De janeiro a março de 2009, foram registradas 79,04 ocorrências por grupo de 100 mil habitantes, índice inferior ao mesmo período do ano 2000, quando foram registrados 81,83 casos também por 100 mil habitantes. Isso representa uma queda da violência de 21% em relação a 2008.  “Embora não usem a mesma base de dados, as estatísticas do Sistema Único de Saúde (SUS) apontam reduções semelhantes das taxas de criminalidade violenta”, ressaltou o secretário.

Ele atribui os índices favoráveis à melhoria na estruturação e entrosamento das polícias Civil e Militar decorrente da metodologia de integração (Igesp), à implantação de programas de prevenção à criminalidade, como Fica Vivo e Mediação de Conflitos. A importância do Disque-Denúncia Unificado (DDU) e do programa Cinturão de Segurança, que contempla as cidades que fazem divisa com outros estados também foi enfatizada.

A previsão é de que até o final deste ano o Igesp, que permite o diagnóstico da criminalidade local e o estabelecimento de metas, esteja já implantado em 253 municípios mineiros. Para fortalecer esse processo, a construção das sedes de Regiões Integradas de Segurança Pública (RISP) nas cidades-pólo e as Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP) nos grandes centros urbanos e em municípios com menor população vêm sendo acelerada. “Todo esse avanço tem sido acompanhado pelo reaparelhamento das polícias. Somente no primeiro trimestre de 2009 foram entregues 1100 viaturas às forças de Defesa Social do Estado”, lembrou o secretário.

Tomando como referência os 34 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o ICV também apresentou queda na comparação entre os primeiros trimestres de 2008, com redução da ordem de 25%. Em Belo Horizonte, no primeiro trimestre deste ano, foram registrados 200 episódios de crimes violentos por 100 mil habitantes, o que aponta nova queda com relação ao mesmo período do ano 2000, que teve 252 ocorrências por grupo de 100 mil habitantes. A redução em relação ao primeiro trimestre de 2008 é de 24%.

No universo dos municípios mineiros com população superior a 100 mil habitantes, o primeiro trimestre de 2009 somou 137,5 vítimas em cada grupo de 100 mil habitantes, número menor que os 163,7 registros por 100 mil habitantes apurado em 2000. A redução é da ordem de 16%.

Com relação às cidades com até 25 mil habitantes, as taxas mantiveram-se estáveis.
O secretário reconhece que, apesar da queda dos índices, a população ainda não tem a sensação de mais segurança no seu dia-a-dia. “As pessoas estão indo mais a praças, parques e fazendo corridas ao ar livre, em vez de ficar apenas em academias. Estão freqüentando centos comerciais em vez ir de somente aos shoppings centers. Elas passaram a fazer menos ligações para saber notícias dos filhos, mas ainda não se dão conta disso. Acho que esse é um segundo estágio que, creio eu, não demora a acontecer”, anuncia.

Diante da constatação de que houve, nos últimos meses, uma maior incidência de crimes violentos nas regiões limítrofes dos municípios da RMBH, o secretário Campos Júnior aproveitou a ocasião para informar que a Seds já está desenvolvendo estratégias para aprimorar o monitoramento de tais áreas.

Cai o índice de criminalidade no Estado

Número de crimes violentos apresenta redução em Minas

 

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