No novo espaço também serão oferecidos cursos e oficinas de qualificação profissional para os usuários da política de prevenção social da Seds, como os programas Fica Vivo!, Mediação de Conflitos, Central de Apoio às Penas Alternativas (Ceapa) e Programa de Reintegração Social do Egresso (Presp).
A loja fica na rua Araguari, região Centro-Sul de Belo Horizonte e a expectativa é de que com ela os participantes ganhem mais autonomia e busquem a auto-sustentabilidade. “Nossa intenção é capacitá-los, dar-lhes possibilidades de descobrir os próprios talentos e formas de empreendê-los”, diz a superintendente de Prevenção à Criminalidade da Seds, Fabiana de Lima Leite.
A casa oferece produtos artesanais em patchwork como enxovais para bebês, almofadas, bolsas, edredons, jogos americanos, forros de mesa, guardanapos, panos de prato e cartões feitos de papel reciclado, além de vestuário, mobiliário e acessórios. A ideia do espaço surgiu como forma de possibilitar uma maior interação comunitária entre as unidades produtivas. “Além de servir como um espaço de troca, aprendizagem e desenvolvimento pessoal e profissional, a casa atenderá a uma grande demanda das unidades produtivas, que é o escoamento da produção”, comenta a fundadora da Aprecia, Vera Breder.
Autoestima
Na opinião do diretor de Articulação Comunitária da Seds e supervisor do Termo de Parceria, Talles Andrade de Souza, o espaço simboliza o amadurecimento de uma política de segurança pública que atua no viés do exercício da cidadania e na minimização de fatores de risco, dentre os quais está a dificuldade de inserção no mercado formal de trabalho. “Através das unidades produtivas, seus integrantes alteram trajetórias de vida, descobrem habilidades desconhecidas, melhoram o sentimento de autoestima e tornam-se referências comunitárias”.
A artesã, Isa Rodrigues dos Santos, do grupo Mulheres Criativas, do bairro Palmital, conta que a maior parte do público da loja é formada por trabalhadores das redondezas como os funcionários do Colégio Santo Agostinho e do Hospital Mater Dei. Aos 62 anos e aposentada, ela diz que seu trabalho no grupo funciona como uma terapia e que, por meio dele, conseguiu aperfeiçoar, como nunca havia imaginado antes, as técnicas de bordado que aprendeu na adolescência, quando era aluna de um colégio interno, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.
Já Vanderli Alcides Corrêa, artesã do grupo Coopersol Leste, especializou-se na confecção de cartões, convites de casamento e embalagens de papel reciclado. “O retorno ainda é pequeno, mas eu adoro o processo de transformação, de feitura do papel. Uso e abuso da criatividade. Uso desde plantas a casca de cebola”, falou.
Lançado em 2007, o projeto Inclusão Produtiva é desenvolvido em comunidades atendidas pela política de prevenção à criminalidade, executadas por meio dos programas Central de Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas Alternativas (Ceapa), Programa de Reintegração Social de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp), Programa de Controle de Homicídios – Fica Vivo! e programa Mediação de Conflitos. Atualmente, cerca de 250 pessoas compõem as 25 unidades produtivas.