A Invicta, empresa líder no Brasil na fabricação de garrafas e outros vasilhames térmicos, dobrou o número de vagas de trabalho no Presídio de Pouso Alegre. Agora, 20 mulheres presas foram incorporadas à produção da indústria, montando por dia 6,3 mil tampas de pressão para garrafas térmicas num novo galpão de 300 metros quadrados construído no estabelecimento prisional.
Desde abril de 2015, a multinacional emprega 20 detentos em outro galpão de 200 metros quadrados no Presídio de Pouso Alegre. Eles montam 11,8 mil peças diariamente. São rolhas, bases para galões, kits de potes, kits de válvulas e kits de foles.
Rosana Rodrigues da Silva, de 25 anos de idade, é uma das presas selecionadas para a nova linha de produção da empresa. Ela diz que ficou surpresa com a oportunidade de trabalhar. “Pensava que ficaria apenas no ócio entediante da cela. Não esperava ter chance de trabalho no cárcere”, afirma Rosana.
O gerente local de Recursos Humanos da Invicta, Van Der Laam Oliveira, diz que a empresa, com operações em 35 países, sempre se preocupou em contribuir com projetos sociais nas comunidades onde atua.
Não poderia ser diferente em Pouso Alegre, onde a multinacional atua há 29 anos, observa Van Der Laam. Segundo o gerente, o apoio à ressocialização de presos por meio do trabalho é uma das formas de fazer isso. “Temos orgulho de participar de ações que facilitam a reintegração dos detentos à sociedade”, ressalta.
Contudo, a decisão de ampliar a parceria com o Presídio de Pouso Alegre não foi tomada apenas como medida de responsabilidade social, explica Van Der Laam. “A avaliação dos resultados da primeira linha de montagem dentro da unidade foi muito positiva, superou nossas expectativas. Esperamos ampliar ainda mais, pretendemos iniciar a montagem completa das garrafas. Isso demandará um aumento de 25% no número de pessoas trabalhando nesse projeto”, conta o gerente.
O diretor-geral do Presídio de Pouso Alegre, Sergio Morais, diz que o investimento da Invicta é o carro-chefe de uma série de ações da unidade para qualificar detentos para o trabalho. Morais observa que a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) aposta nessa estratégia para reduzir os índices de reincidência no crime e consequente reentrada no sistema prisional.
Por Dayana Silva
Fotos: Gil Leonardi/Imprensa MG