Colorindo muros e driblando o cinza do concreto. É com essa mensagem que estreou na quarta-feira, 27.04, a 4° edição da Exposição de Fotos de Grafite do Programa Fica Vivo!. As fotos foram tiradas durante o intercâmbio das oficinas de grafite do programa de prevenção que, nos últimos dois meses, movimentaram várias comunidades do Estado.

Trinta e duas imagens, que representam as trocas de experiências entre territórios, ficarão expostas até o dia 02 de maio, na Galeria Caminhos do Futuro, no prédio do Plug Minas, no Bairro Horto.

Durante a abertura da exposição foi lançada uma revista comemorativa do projeto. O evento contou com a presença de cerca de 300 jovens e oficineiros que integram o Fica Vivo! na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Realizou-se também um debate com o tema “Arte Urbana Como Possibilidade de Intervenção no Contexto de Violência”, com a participação da pesquisadora Maria Luiza Dias Viana, do grafiteiro e oficineiro Seres, e do coordenador do projeto, Frederico Eustáquio Maciel, também grafiteiro. No fim, uma apresentação de rap e dança break.

Andréa Abritta Garzon, titular da Coordenadoria Especial de Prevenção a Criminalidade (Cpec) da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), responsável pelo Fica Vivo!, disse que o projeto de intercâmbio de grafite proporcionou uma interlocução entre os territórios do estado, sendo um fator de motivação dos alunos e oficineiros. “Sempre que eu participo desses momentos, eu me convenço mais de que é possível promover a alteração social, implantando uma cultura de paz, pela arte, pelo esporte e pela cultura”, afirmou.

Intercâmbio de Grafite

Mais de 500 jovens participaram do intercâmbio, viajando por vários territórios, levando a arte e cores para os muros de comunidades atendidas pelo Fica Vivo!. As atividades duraram dois meses, e envolveram 19 Centros de Prevenção à Criminalidade do Estado.

Frederico Eustáquio Maciel, mais conhecido como Negro F, foi convidado pelo Fica Vivo! para coordenar o projeto. Morador do Bairro Alto Vera Cruz e grafiteiro há anos, disse que iniciativas desse tipo trazem os jovens para a arte e dá vida à paisagem dos territórios onde moram. “O Fica Vivo! hoje com certeza é um grande braço nas comunidades, ele é uma importante ferramenta, não só no enfrentamento da violência, mas também na colaboração de pensar coisas conjuntas, parcerias, e principalmente ações de políticas públicas para a quebrada”, observou.

Participante do intercâmbio, Joyce Aparecida Viana, de 14 anos de idade, frequenta as oficinas há três anos no Bairro 1° de Maio, em Belo Horizonte. Ela diz que mal sabia desenhar e que desconhecia a história do grafite antes entrar para a oficina do Fica Vivo!. “O grafite é uma forma de arte. Nela podemos expressar muitas coisas, da nossa vida, nossa comunidade e dilemas”, afirma. Joyce cita que, numa das etapas do intercâmbio, na cidade de Vespasiano, a turma decidiu pintar uma favela no muro de uma escola, para mostrar que o morro tem sua beleza e merece ser retratado.

Por Fernanda de Paula

Créditos fotos: Gil Leonardi/ Imprensa MG

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