As peças, construídas basicamente em alumínio e fibra sintética, chegam a custar milhares de reais e podem ser encontradas em ambientes externos e internos de residências, hotéis e grandes escritórios. São sofás, mesas, cadeiras e espreguiçadeiras. Parte desses ícones da sofisticação e do conforto é produzida por 10 presos numa oficina instalada dentro do Presídio de Vespasiano, no Território Metropolitano. São cerca de 160 itens por mês.
A linha de produção é mantida pela Amplio Móveis, por meio de parceria com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). A empresa mantém um funcionário no presídio para coordenar o trabalho dos detentos. A experiência está completando 10 anos. Começou em 2006, ano da transferência da sede da empresa para a cidade e também da inauguração do presídio.
A ideia partiu de um dos sócios da Amplio, Gerson Reis, que destaca a importância da parceria para a ressocialização dos presos, para além da redução de gastos com mão de obra, que a Lei de Execuções Penais (LEP) proporciona. “É verdade que temos benefícios, mas acredito que o maior impacto é o trabalho social”, afirma o empresário.
A superintendente de Atendimento ao Preso da Subsecretaria de Administração Prisional da Seds, Louise Passos, diz que a qualidade dos móveis da parceira é um desafio saudável para os presos, que se preparam melhor para o retorno à sociedade, com chances aumentadas de conseguir uma fonte de renda.
Admitido na linha de produção, o preso Richarlison, de 27 anos de idade, comemora o aprendizado. “Esse ofício vai ampliar minhas oportunidades de trabalho. E é bom fazer coisas bonitas. Sinto orgulho ao pensar que minhas peças estão decorando diversos lugares”, afirma.
Por: Dayana Silva
Fotos: Omar Freire