Oitenta e três jovens que cumprem medidas nos centros socioeducativos Santa Clara, Santa Terezinha e Andradas, em Belo Horizonte, terminaram cursos profissionalizantes de garçom e barman, gastronomia e informática. Com a presença de parentes, eles receberam os certificados nesta terça-feira, 13.09.

Os cursos foram aplicados no Centro Socioeducativo Santa Clara, de maio a agosto, com monitoria de dois agentes e uma professora da escola estadual da unidade. Pollyanne de Souza Bicalho, pedagoga da Diretoria de Formação Educacional e Profissionalização da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase) diz que os cursos são um momento de preparação e de descobertas de novos caminhos e também proporcionam convivência social e atividades em grupo para os jovens.

O curso com maior adesão foi o de garçom e barman, com 10 horas de aulas, que teve 61 alunos. A escolha foi em boa medida influenciada pela maior perspectiva de encontrar vagas de trabalho nesse ramo de atividade. É essa a aposta de Olympio Silva Menezes (*), de 17 anos de idade. “Belo Horizonte tem muitos bares, restaurantes e casas de festas. Vou procurar e conseguir uma vaga quando terminar minha medida. Estou certo disto”, afirma.

O curso de gastronomia teve módulos para preparação de salgados, com duração de 60 horas, e de massas, com 26 horas. A carga horária do curso de garçom e barman foi de 10 horas e as aulas de informática, 50 horas.

As atividades práticas dos cursos de garçom e barman e de gastronomia aconteceram na cozinha refeitório de formação profissional de jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. Já as aulas de informática utilizaram o laboratório existente na escola da unidade.

Educador

O agente de segurança socioeducativo, Cláudio Antônio Ribeiro Camargo, de 45 anos, foi o monitor do curso de garçom e barman, usando a experiência de mais de 10 anos em restaurantes e festas. Servidor do sistema socioeducativo desde 1998, ele ensinou regras básicas de etiqueta; uso de talheres, copos e taças; relacionamento com clientes; preparação de drinques e pratos. Monitor de cursos no socioeducativo há cinco anos, ele diz que uma de suas maiores alegrias é saber que alguns de seus ex-alunos estão empregados em bons restaurantes de Belo Horizonte.

“Estes rapazes estão prontos para trabalhar como garçom ou barman em qualquer estabelecimento. Se eu não tivesse nada para ensinar, preferia não ser agente socioeducativo”, revelou.

(*) Nome fictício, usado para preservar a identidade do jovem.


Por Bernardo Carneiro

Fotos: Omar Freire / Imprensa MG

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