Quarenta detentos do Presídio de São Joaquim de Bicas II receberam o certificado de conclusão do treinamento em máquina de costura reta e aplicação de viés para sacos e sacolas ecológicas. A partir desta semana, os formandos, divididos em turnos e etapas, trabalharão diariamente nas estruturas montadas nas alas da unidade. O curso e o trabalho são frutos de uma parceria entre a unidade, a Diretoria de Trabalho da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e a empresa Totus Socioambiental. Os produtos serão vendidos para substituir as sacolas plásticas dos lixos.

A entrega dos certificados aconteceu no refeitório da unidade, ocasião em que o diretor geral do presídio, Anderson Leite, destacou a importância da iniciativa como forma de proporcionar oportunidades de trabalho para os detentos. A detenta Danielle Luz disse que é muito grata a todos que contribuíram para a implementação e o andamento do curso. “A estrada está apenas começando para nós. Estamos iniciando uma nova luta”, reforçou.

Algodão

O treinamento foi ministrado pela funcionária da Totus, Telma Gualberto. O processo de produção, segunda ela explica, é dividido em três etapas: corte dos tecidos, costura das laterais e aplicação de viés. As duas primeiras fases ocorrem em uma sala montada na ala feminina, onde seis detentas cortam o tecido e outras 25 costuram. O processo de acabamento é feito na ala dos homossexuais, por nove presos.

De acordo com Daniel Mascarenhas, sócio da Totus, atualmente já estão sendo produzidos, com o uso de 15 máquinas, cerca de mil sacos por turno. “O ideal é conseguir mais máquinas e trabalhar em três turnos, produzindo aproximadamente 7 mil sacos por dia”, antecipa.

O saco ecológico é patenteado e sua produção é apoiada pelo Ministério do Meio Ambiente, dentre outros parceiros. Daniel conta que bancos, fundações e grandes empresas públicas e privadas estão fazendo encomendas de sacos. “Toda a produção feita na unidade de Bicas II já está vendida”, comemora. A Totus Socioambiental busca parcerias para criar uma cooperativa para produção de algodão, tecido que representa 90% do preço de custo do produto.

 

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