Durante quase três semanas, os produtores visitaram seis unidades prisionais e o Comando de Operações Especiais (Cope), gravando depoimentos de agentes penitenciários e socioeducativos em que eles contaram seu dia-a-dia no trabalho, as alegrias e dificuldades. O filme acabou se transformando em uma grande lição de vida. “A gente viu o lado poético, mas é uma profissão muito dura. Eles lidam com pessoas que a maior parte da sociedade não se importa e quer ver distante. Muito mais do que fazer o filme, foi um aprendizado de vida”, afirma o diretor do documentário, Guilherme Penido.
Ressocialização
A ideia inicial era produzir um curta-metragem. O diretor conta que a qualidade do material, no entanto, o levou a optar por um longa com uma hora e quinze minutos de duração. Pelos depoimentos dos agentes penitenciários, percebem-se as mudanças do sistema prisional ao longo dos anos. Se antes a atividade era realizada de forma amadora, agora se investe na capacitação desses profissionais, cuja missão vai além de tomar conta dos presos. No filme fica claro que eles têm consciência da importância de seu trabalho para a ressocialização dos detentos, visando que eles saiam das unidades prisionais melhores do que entraram.
De acordo com a gerente da Comissão de Monitoramento da Violência em Eventos Esportivos e Culturais (Comoveec) da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e coordenadora do curso do Uni-BH, Sheila Venâncio, a ideia do documentário era valorizar a profissão e as trajetórias de vida dos agentes penitenciários. “A gente escreve muito sobre o preso, mas não valoriza esses personagens que tomam conta deles”, diz. Ela explica que, além do filme, também fazendo parte do projeto Batendo a Tranca um livro sobre a prática profissional dos agentes penitenciários e o Observatório de Segurança Prisional.