Um incêndio provocado por um curto circuito destruiu móveis, eletrodomésticos, pertences e parte da estrutura da casa de Aline Brito de Jesus, de 29 anos, em Januária, no Norte de Minas. Para uma pessoa pobre, com quatro filhos, sendo dois portadores de deficiência, o acidente já teria a dimensão de uma tragédia pessoal. Para Aline, mais ainda, uma vez que o marido, Rafael Leal Pereira, de 31 anos, está preso. Mas foi justamente do Presídio de Januária que surgiu a solidariedade de que a família precisava. Agentes de segurança penitenciários se mobilizaram em busca de doações de móveis, roupas, calçados, brinquedos e mantimentos.

Publicação II editada

Para a entrega do material arrecadado, os agentes foram até a casa em que Aline se abrigou com os filhos temporariamente, de favor. O diretor-geral do Presídio de Januária, Adailson Alves, diz que a campanha de arrecadação teve um grande apoio da comunidade.

“Às vezes existe um preconceito com os detentos, mas houve o reconhecimento que se trata de um ser humano como todos nós. Não só ele, mas também a família merece apoio num momento de fragilidade como este”, afirma.

O apoio não se limitou às doações. Os profissionais da área psicossocial do estabelecimento prisional deram assistência à esposa e os filhos de Rafael. Ele está preso há um ano e quatro meses. Atualmente cumpre pena no regime semiaberto e trabalha numa marmoraria da cidade durante o dia. Ele conta que ficou muito assustado e sem saber como recompor a rotina da família.

“Felizmente, a minha esposa e meus filhos escaparam das chamas sem ferimentos graves”, conta Rafael. Gratamente surpreendido com a ajuda dos agentes, da direção do presídio e dos doadores de Januária, ele diz que a família está bem e pronta para superar unida as dificuldades atuais.

Por Paula Roberta

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