Inaugurada em 18 de março de 1994, a Penitenciária Agostinho de Oliveira Júnior, em Unaí, no Noroeste de Minas, completa 23 anos. A Secretaria de Estado de Administração Prisional-SEAP celebrou o aniversário nessa quarta-feira, 22/03, em um evento no auditório da unidade, com a presença do subsecretário de Segurança Prisional, Washington Clark, parceiros e autoridades da região.
O subsecretário agradeceu o apoio da sociedade, e a direção da penitenciária apresentou o resultado de vários projetos de ressocialização que buscam promover a dignidade durante o cumprimento da pena, uma das metas do Governo de Minas. “As parcerias com o município, a Justiça e a sociedade civil são importantes para a realização desses trabalhos. Temos muito a oferecer e essas conexões são positivas para ambos os lados”, destaca Washington Clark.
O diretor-geral da penitenciária, Paulo Henrique Pereira, conta que se empenha para ampliar e conquistar novos projetos que promovam a reinserção social dos detentos. “Atualmente, 110 presos estudam e 268 trabalham dentro e fora da unidade. Nosso objetivo é fazer com que essas oportunidades se multipliquem cada vez mais”, afirma o diretor.
Miguel Santos, de 32 anos, morava na área rural. Por causa da distância da escola, ele parou os estudos no primeiro ano do ensino médio. Estava há dez anos sem frequentar a sala de aula quando conseguiu terminar a formação, durante o cumprimento da pena, na Escola Estadual instalada dentro da unidade. O detento também desempenhou atividades laborais importantes para a manutenção da penitenciária. Iniciou cuidando da limpeza, passou a atuar na distribuição de marmita nos pavilhões e agora, após fazer três cursos técnicos a distância, comemora a vaga que ocupa na oficina mecânica da unidade, onde faz a manutenção das viaturas. “Fiz os cursos técnicos de mecânica de moto, mecânica de carro e elétrica de carro para conquistar essa vaga. Amo o que faço”, afirma Miguel.
O defensor público Maikon Dias parabenizou o trabalho desenvolvido pela equipe da Penitenciária Agostinho de Oliveira Júnior. “Tratar o detento de forma digna diminui consideravelmente o índice de reincidência”, ressalta.
Cultivando solidariedade
Os detentos mantêm duas hortas. Em uma delas, os legumes e hortaliças são vendidos para empresas e pessoas físicas. O faturamento é realizado por meio de Documento de Arrecadação Estadual (DAE), retornando na forma de investimentos em oportunidades de ressocialização no Sistema Prisional. Na outra, os alimentos são totalmente destinados para doações em asilos e creches da região, auxiliando na garantia de uma alimentação balanceada para crianças e idosos.
Por Dayana Silva
Crédito fotos: Omar Freire/Imprensa MG