A ideia foi amplamente apoiada por todos os presentes, entre eles o prefeito Custódio Matos e a juíza da Vara da Infância e Juventude de Juiz de Fora, Maria Cecília Gollner Stephan.

No novo modelo de atendimento, os adolescentes apreendidos pela Polícia Militar serão conduzidos ao CIA e ouvidos na delegacia especializada da Polícia Civil (Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente – Dopcad). Em seguida, seguem imediatamente para uma audiência preliminar com a presença do promotor e juiz da Infância e Juventude e o acompanhamento da Defensoria Pública. Entre os objetivos estão a responsabilização adequada e imediata dos adolescentes e a identificação de padrões sociodemográficos e infracionais, essenciais para o estabelecimento de políticas públicas focadas no município. “É fundamental que o adolescente veja que há um aparato público de responsabilização, dele e de sua família, que é convidada para todos os atos”, explica Pedron.


Apoio

O secretário de Estado de Defesa Social, Lafayette Andrada, afirma que, tendo havido o apoio de todos os envolvidos – condição essencial à implantação do CIA no município – será iniciada a operacionalização do projeto. A previsão é que, ainda em 2011, o Centro seja implantado em Juiz de Fora. O local não está definido, mas há possibilidade de que seja em um espaço na própria Vara Infracional. Ainda de acordo com o secretário, a ideia é que, futuramente, o CIA seja implantado em outros municípios mineiros de médio porte, como Uberaba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

Para o prefeito de Juiz de Fora, Custódio Matos, as ações de prevenção e assistência aos jovens dão exemplo de um Estado sensível à problemática da criminalidade. “Coloque a prefeitura de Juiz de Fora como parceiro entusiástico e irrestrito à ideia”, disse.
Além de seu apoio efetivo, a juíza Maria Cecília Stephan ressaltou a importância de haver a responsabilização imediata dos adolescentes autores de atos infracionais. “Se demora na aplicação da medida socioeducativa, se demora na aplicação das medidas protetivas, os meninos seguem no caminho da criminalidade. Não é só aprender regras de boa convivência na sociedade, mas levar o aprendizado para casa, para evitar que seus irmãos menores, seus primos, sigam o mesmo caminho”, relata.

O projeto também teve apoio dos representantes das polícias Militar e Civil, Defensoria Pública, Ministério Público e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Ficamos acordados que vamos implantar o CIA, com anuência de todos os envolvidos”, finalizou o secretário.


CIA – BH

Inaugurado em dezembro de 2008, o CIA BH foi uma das principais conquistas do sistema socioeducativo do Estado. Em 2007, números da Justiça da Infância e Juventude da capital apontavam que cerca de 60% dos autores de atos infracionais apreendidos pela polícia, depois de liberados, sob condição de comparecimento à audiência judicial, descumpriam a determinação, acarretando sentimento de impunidade tanto para a sociedade quanto para eles. Hoje, o comparecimento é de 97%, uma vez que as audiências são realizadas, na maioria das vezes, horas depois da apreensão.

 

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Crédito foto: arquivo Seds

 

 

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