O ambiente tranquilo e arborizado do Parque Ecológico Lagoa do Nado, na região da Pampulha, serviu de fundo para a cerimônia de conclusão do Curso Profissionalizante de Garçom dos internos da Casa de Semiliberdade Ipiranga, de Belo Horizonte. Para celebrar o momento foi realizado um almoço no qual os alunos puderam colocar em prática todo o aprendizado do curso. “É muito legal a gente poder mostrar tudo o que aprendeu. Espero que todo mundo esteja gostando também”, disse um dos adolescentes de 17 anos que concluiu o curso.
Foram dois meses de curso, com carga horária de quatro horas por semana. Dividido entre aulas teóricas e práticas, os alunos aprenderam a dobrar guardanapos, servir uma mesa, a utilidade de cada talher e de cada taça, recepção de clientes e como deve ser a postura para o trabalho. “Gostei muito do curso. Acho que além de me dar a oportunidade de conseguir um emprego lá fora, eu aprendi como me comportar também e não vou ficar confuso na hora de me sentar num restaurante”, contou um dos adolescentes que participou do curso.
Instrutor durante vários anos em cursos no Senac, Geraldo Magela, foi o facilitador do curso para os adolescentes. Feliz com o resultado, ele acredita que tudo o que ensinou aos meninos será muito útil para vida deles, mesmo que eles não sigam na carreira de garçom. “Foi surpreendente ver o interesse dos jovens a cada novo encontro. As aulas práticas foram as mais animadas e as que eles mais se dedicaram. A gente acaba aprendendo com eles também”, contou Magela.
O diretor-geral da Casa de Semiliberdade Ipiranga, Anderson Fernando, destacou a importância desse incentivo à profissionalização dos adolescentes. “Ficamos gratos em poder contribuir. Sabemos que, ao sair daqui, eles estarão mais preparados para o mercado de trabalho. Estou muito feliz em vê-los empolgados com a atividade”, disse.
A terapeuta ocupacional da unidade socioeducativa, Francine Guerra, avalia os cursos como uma oportunidade para os adolescentes preverem novos caminhos. “Acreditamos que a profissionalização é um dos eixos mais importantes na medida socioeducativa. O nosso conjunto de propostas de ressocialização tem esporte, cultura, educação e profissionalização.”
Todos os adolescentes atendidos pela Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (SUASE) frequentam a escola e concluem pelo menos um curso profissionalizante durante a passagem pelo sistema socioeducativo.
Por: Poliane Brandão
Crédito fotos: Marcelo Sant'Anna