O espetáculo, encenado pelo Grupo do Beco, do Morro do Papagaio, com a participação de jovens do aglomerado Cabana do Pai Tomás (a partir de uma iniciativa do Programa Mediação de Conflitos do Núcleo de Prevenção à Criminalidade (NPC) do Cabana), simulou problemas corriqueiros de uma comunidade, vistos sob a ótica do conflito e, depois, sob o viés do diálogo e da negociação.

A briga de dois cachorros e seus donos, um abacateiro e a telha da casa vizinha quebrada, o roubo na feira, além da bebida e as consequências negativas em uma família foram alguns dos temas abordados, sempre entremeados por refrões musicados como: “Nós andamos iguais, pra um lado e pro outro, pra frente e pra trás, nós andamos iguais”; ou “Mediar é melhor que brigar, pare e pense na sua atitude, mediar é melhor que brigar”; e “Trabalhar é melhor que roubar. Se você trabalha com honestidade vai ter sempre sua liberdade”. O objetivo da peça foi provocar a discussão sobre novas formas de convivência por meios pacíficos e de promoção da cidadania, tenho como temática central a mediação de conflitos dentro das comunidades.

Após a apresentação, o público assistiu a depoimentos de usuários dos programas Ceapa e PrEsp que relataram suas experiências. O primeiro deles foi feito por um engenheiro e professor universitário de Belo Horizonte. “Tinha uma empresa e ela entrou em falência. Tive problemas com a justiça nesse processo. Como teria que cumprir pena alternativa, propus ministrar aulas em um curso para pedreiros. O resultado disso foram alunos interessados, com frequência alta, que aproveitaram o que eu tinha para oferecer”, testemunhou. O segundo depoimento foi feito por Edson Silva, ex-detento de Juiz de Fora, que hoje integra o PrEsp. “Para aqueles que querem mudar, a oportunidade é essa. Agora que estou aqui, quero continuar com minha liberdade, com meus direitos. Com a ajuda do programa, ficou muito mais fácil encarar a sociedade, enfrentar o mundo de cabeça erguida”, disse.

Participaram do evento gestores dos Núcleos de Prevenção à Criminalidade de Belo Horizonte, Região Metropolitana, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Ipatinga, Uberaba e Uberlândia, além de policiais militares e representantes de associações de bairro, entidades sem fins lucrativos, centros educacionais e outras instituições de base locais.

O seminário foi desenvolvido pela Superintendência de Prevenção à Criminalidade (Spec) da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

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