Mais de 50 presas do Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte, estão participando de cursos profissionalizantes ministrados na unidade. As atividades são frutos de parcerias da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) com instituições de ensino, como a Associação Mineira de Educação Continuada (Asmec) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). As opções de capacitação foram Design de Sobrancelha, Estética Facial, Cabelereiro e Empreendedorismo.

crédito foto:Osvaldo Afonso/ Imprensa MG

Para a diretora-geral da penitenciária, Flávia de Paiva Lopes Hermida, os cursos cumprem com o principal objetivo do trabalho realizado pela direção da unidade, o de ressocialização. “É muito importante darmos essa oportunidade para elas. Escolhemos capacitações que sejam de fácil aplicabilidade e que exijam pouco investimento, para que quando elas saírem consigam entrar no mercado de trabalho ou abrir seu próprio negócio”.

Outro diferencial das formações ofertadas na penitenciária, é que em todas as aulas os professores também trabalham as habilidades sociais das presas, como no curso Formação Humana em Empreendedorismo, ministrado pelo Instituto Minas Pela Paz, por meio da verba pecuniária.

Os cursos de Design de Sobrancelha e Estética Facial, também utilizaram o recurso disponibilizado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O edital foi vencido pela Asmec, grande parceira da unidade prisional, que planeja capacitar 500 presos da comarca de Belo Horizonte nesse ano. Na próxima segunda-feira, 29.02, as 45 presas que participaram das atividades irão receber um certificado de conclusão. Segundo o setor de pedagogia da penitenciária, mais cursos do tipo serão ofertadas para as presas.

Curso de Cabelereiro

Iniciado na primeira semana de janeiro, o curso terá duração de seis meses e capacitará 15 presas do regime fechado, que foram selecionadas pela Comissão Técnica de Classificação (CTC) da unidade. Ministrado pelo Instituto Muzambinho por meio do Pronatec, as aulas abordam conteúdo teórico e prático. As detentas estão aprendendo desde a estrutura do fio capilar até como fazer progressiva.

A professora Amanda Jordana da Silva, já ministrou aulas em outras unidades prisionais da região, no Presídio de São Joaquim de Bicas I ela deu aula de manicure. “Eu acho o curso em si muito bacana, porque dá a essas presas uma nova oportunidade no mercado de trabalho”.

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Ana Paula de Oliveira, 29 anos, nunca teve muito interesse com cabelos antes de ficar detida na unidade, mas se encantou desde o primeiro dia com o curso. “É uma oportunidade excelente, que eu nunca imaginava ter aqui. Quando a gente sai é muito discriminada e mal julgada. A partir do momento que ganhamos uma chance dessas temos a esperança de conseguir um emprego e mudar de vida lá fora”.

Empreendedorismo

O curso também foi ministrado pela Asmec para 10 presas da unidade, que trabalham por conta própria na oficina de artesanato. O objetivo foi ensinar a elas como gerenciar o negócio. A atividade abordou temas como precificação, vendas, produção, administração do dinheiro e como montar um negócio, entre outros.

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A presa Aline Kirchner, 32 anos, aprendeu artesanato na unidade com outras detentas, para ela além de conhecer sobre o mundo dos negócios o curso também a fez ajudar sua família. “Minha vó está montando uma granja, lá na cidade que eu morava, contei pra ela do curso que eu tinha participado, e a ajudei com algumas dicas sobre empreendimento”.

 

Por Fernanda de Paula

 

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