No Dia Internacional da Mulher, uma ação da área de Prevenção à Criminalidade da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) busca ser orientação e caminho para mulheres que sofrem algum tipo de violência. Durante toda a tarde desta quinta-feira, 08.03, cerca de 50 técnicos do Programa Mediação de Conflitos realizaram abordagens na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, tentando esclarecer como o programa pode contribuir em uma rotina conflituosa.

Atualmente, cerca de 70% dos mais de 11.800 atendimentos do Mediação em Minas Gerais são de mulheres que buscam, na maioria das vezes, orientação para resolução de um conflito oriundo de violência doméstica, orientação de acesso a direitos para reconhecimento de paternidade ou em um processo de separação. Por isso, conhecer o programa, onde ele pode ser encontrado e como fazer para obter ajuda, pode ser a luz no fim do túnel para muitas mulheres abordadas pela equipe da Prevenção da Sesp nesta tarde.

Dados do Diagnóstico de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, divulgado pela Polícia Civil e Observatório de Segurança Pública Cidadã da Sesp, mostram que 67% dos agressores, em 2017, em Minas, são cônjuges, ex-cônjuges e companheiros das vítimas. Portanto, em um contexto onde a violência acontece dentro de casa e a prevenção surge como melhor caminho, o Programa Mediação de Conflitos é uma importante ferramenta do Governo de Minas Gerais.

Mayara Silva, de 17 anos, é moradora do Bairro Ressaca, em Contagem, e já passou pelos atendimentos do Mediação. Hoje, contribuía com as abordagens, ajudando mulheres a resolver problemas que um dia também foram seus. Ela conta que sempre era ofendida pelo tamanho das roupas que usava no bairro e que isso lhe causou alguns traumas. Por meio do atendimento do Mediação, instalado no Centro de Prevenção onde mora, recebeu atendimento psicológico e foi orientada a fazer a denúncia formal na Polícia Civil.

A subsecretária de Prevenção à Criminalidade da Sesp, Andreza Gomes, esteve presente na ação e reafirmou a importância de ações de alerta e esclarecimento, como o realizado na Praça Sete. “O evento de hoje é um ato unificado em defesa dos direitos das mulheres e que une diversas instituições que trabalham com serviços para mulheres vítimas de violências. Dessa forma, o ato unificado busca divulgar o Programa Mediação de Conflitos e os serviços que são ofertados a essas mulheres para auxilia-las no rompimento nesse ciclo de violência”.

Zélia Santos, 43 anos, moradora do bairro Esplanada, foi uma das abordadas pela equipe nesta quinta. Ela diz que não conhecia o programa e ficou muito satisfeita em saber da existência deste tipo de apoio. "Já passei por algumas dificuldades na vida e sei o quanto é importante ter um suporte quando nos sentimos perdidas”.

De forma integrada, a Subsecretaria de Políticas Sobre Drogas da Sesp, também realizou a abordagem de mulheres na Praça Sete para falar sobre prevenção ao uso indevido de álcool e drogas e sobre os serviços oferecidos pelo Estado para suporte a quem sofre com as consequências desse tipo de problema.

Mais de dez técnicos participaram da ação e destacaram para “elas” a existência da a porta de entrada de atendimentos de quem tem problemas com drogas em Minas – o Centro de Referência em Álcool e Droga (Cread).

Coordenado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o Cread oferece ajuda e orientação de psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros para dependentes e seus familiares. O cidadão é convidado a participar de grupos de mútua ajuda e pode até mesmo conseguir a indicação para uma internação a partir deste contato.

A Superintendente de Integração de Políticas sobre Drogas, Cláudia Leite, esteve presente nas abordagens destacando como as drogas tem consequências prejudiciais para as mulheres em duas pontas: a do consumo e a do tráfico. “Dados divulgados pelo Ministério da Justiça em 2017 mostram que a população carcerária feminina cresceu quase 700% no Brasil em 16 anos. Do total de mulheres presas, 60% estão encarceradas por crimes relacionados ao tráfico de drogas”.

Mini palestra e aulão de funk

Além da divulgação do Programa Mediação de Conflitos, a Prevenção à Criminalidade promoverá, às 17h desta quinta, uma mini palestra de mulheres de comunidades onde o Mediação de Conflitos atua com a temática “Fala mulher e Periferia”. Para encerrar as atividades, o público presente na Praça Sete poderá participar de um “aulão” de funk com oficineiros e jovens do Programa Fica Vivo!

Fotos: Omar Freire/Imprensa_MG

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