Em Juiz de Fora, mais de 20 mil peças em miniatura da cruz peregrina e do ícone da Virgem Maria já estão prontas. O religioso responsável pela produção dos objetos é o Frei Flávio Henrique, da Obra Pequenos Monges do Pater Noster, cuja comunidade fica no próprio município.
O frei explica que as miniaturas foram desenvolvidas e licenciadas junto à Arquidiocese do Rio de Janeiro para oferecer aos peregrinos do Brasil e do mundo mais do que um souvenir, mas os símbolos oficiais da Jornada da Juventude. “Os presos estão executando um trabalho de excelente qualidade e que ecoa em todos nós a experiência do evangelho, especialmente na passagem de Mateus, capítulo 25 ‘estive na prisão e foste visitar-me’”, explica o frei.
Além de ajudar no custeio da Jornada Mundial da Juventude, as vendas das miniaturas da cruz peregrina e do ícone da Virgem Maria vão ajudar na construção de mosteiro da Obra Pequenos Monges do Pater Noster.
Trabalho e fé
Reinaldo Aparecido Rabelo, 48 anos, é dos 17 presos dedicados à produção voluntária das peças, que recebem pela atividade remissão de pena, ou seja, para cada três dias de trabalho é reduzido um na pena. “Sinto-me trabalhando para Deus, não estou fazendo um objeto qualquer, estas peças estão repletas de um significado muito especial”, revela Reinaldo. Seu colega Gleiderson Batista da Silva, 30 anos, também acredita em um significado especial para a produção das peças de madeira. “Estou ajudando em um evento que vai congregar jovens em torno de Cristo, da paz e da fé.”
A diretora da Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, Ândrea Valéria Andries Pinto, relata que o Frei Flávio procurou a unidade a partir de uma indicação sobre as atividades de trabalho desenvolvidas na unidade. “Os detentos sentem-se abençoados com a produção das miniaturas e consideram uma forma de reconhecimento por sua postura e comportamento na penitenciária”.
Produção de terços em Itajubá
Os detentos do Presídio de Itajubá também estão trabalhando na produção de artigos religiosos para a Jornada Mundial da Juventude. Nove presos estão confeccionando cinco mil terços e outros artigos religiosos, como escapulários, medalhas e bolsas para serem vendidos durante o evento.
O trabalho dos presos na produção desse material é resultado da parceria entre a unidade e a empresa Vilma Artigos Religiosos, que teve início em 2012 e, em maio deste ano, iniciou a produção de material especificamente para a Jornada.
O diretor geral do presídio de Itajubá, Rodney Dantas, relata que a unidade está investindo na expansão de oportunidades de emprego para os presos e que “essa atividade é de grande relevância, pois incentiva os detentos em sua recuperação, tornando-se uma fonte inspiradora para continuar no trabalho de ressocialização”.