No fim de semana do Dia das Mães, o Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, de Belo Horizonte, proporcionou o reencontro de 100 presas com os filhos. Algumas dessas mulheres não tinham a oportunidade havia mais de dois anos. São casos em que o parente que assume a criança não requer a guarda formal. Assim, a visita na prisão só é possível mediante autorização especial da Justiça.

Foi o que a direção do Estevão Pinto fez. A diretora-geral, Flávia Hermida, explica que o setor jurídico enviou a relação das presas nesta situação para a Vara de Execuções Penais, com o pedido de autorização especial para visita. Flávia observa que cerca de 90% das presas da unidade têm filhos. “É claro que o Dia das Mães aqui é uma comemoração com muita emoção, tanto para as presas quanto para os servidores. Representa uma das bases de nossos trabalhos em prol da ressocialização”, ressaltou.

A primeira visita assistida ocorreu na sexta-feira, 06.05, e a segunda no próprio Dia das Mães, 08.05. O primeiro dia foi destinado a 35 presas do regime fechado. Já no domingo, 65 sentenciadas dos regimes semiaberto e aberto, tiveram autorização de saída especial para ficar com os filhos na casa da família.

Emoção

Depois de dois anos e cinco meses, a presa Patrícia Karen Rodrigues, de 29 anos idade, e a filha, de 3, puderam se abraçar. Durante a longa separação, o contato se limitava a uma ligação telefônica quinzenal. Na prisão, Patrícia colecionou fotos da filha trazidas pela família durante as visitas regulares nos fins de semana. “Este é um momento muito feliz. Quero aproveitar ao máximo. Ela está linda e sorridente”, comentou a presa durante o encontro às vésperas do Dia das Mães.

O Salão Família da unidade prisional foi decorado para a ocasião com desenhos e mensagens das crianças. Foi montada uma mesa com pipoca e cachorro quente. O evento teve o apoio de três voluntárias da Pastoral Carcerária de Belo Horizonte, tendo à frente a coordenadora Martha Maria de Miranda. “Precisamos trazer conforto e consolo. Pensar que o erro é humano e que poderíamos estar no lugar dessas moças e senhoras”, disse.   

Por Bernardo Carneiro

Fotos: Gil Leonardi / Imprensa MG