O Fórum “Direitos Humanos em Cena” é uma realização conjunta entre o
Ministério da Justiça, Subsecretaria de Administração Penitenciária de
Minas Gerais, People’s Palace Projects (Organização Não Governamental
inglesa) e o Centro de Teatro do Oprimido.
Do grupo de servidores treinados em Minas, dois irão representar o
Estado no Fórum Nacional de Direitos Humanos, que será realizado em
Brasília, no dia 9 de julho, onde será entregue ao ministro da Justiça,
Márcio Tomás Bastos, um documento com as declarações dos Direitos
Humanos do Sistema Penitenciário. Além de Minas Gerais, o projeto
“Direitos Humanos em Cena“ está sendo desenvolvido em São Paulo,
Rondônia, Pernambuco e no Distrito Federal.
Durante o fórum, foi entregue, solenemente, a declaração dos Direitos
Humanos do Sistema Penitenciário Mineiro ao subsecretário de
Administração Penitenciária, Agílio Monteiro Filho, que reafirmou o
compromisso do Governo Estadual em retomar o controle do sistema
penitenciário mineiro. “Para isso, é fundamental que o corpo funcional
seja valorizado e o uso das técnicas teatrais torna isso possível, pois
além de aumentar a auto-estima dos agentes, possibilita revitalizar a
relação agente/detento”, completou.
Teatro fórum
Partindo da vivência dentro das unidades prisionais do Estado, agentes
penitenciários e internos buscam descobrir o verdadeiro sentido do que
são os Direitos Humanos. Proporcionando situações que levam à reflexão,
por meio da linguagem e das técnicas do teatro-fórum, agentes
penitenciários e sentenciados produziram nas oficinas teatrais cenas do
dia-a-dia das penitenciárias, permitindo a criação de imagens novas e
realistas dos que nelas vivem ou trabalham, sob o prisma de
possibilidades humanas.
Durante o fórum foram apresentadas duas dessas encenações montadas
pelos funcionários do sistema penitenciário mineiro: uma, sob a ótica
dos agentes penitenciários, enfocando a necessidade da capacitação
técnica do profissional que trabalha nas unidades e a outra, sob a
ótica dos detentos, mostrando que mesmo tendo cometido atos que
infringem a lei, são seres humanos e devem ser tratados com dignidade e
respeito. Nas duas apresentações, que contaram com a intervenção da
platéia, os espectadores puderem interagir com os autores e até mesmo
interferir na ação, mudando seu roteiro original.