O teste é oferecido a todos os detentos, mas a adesão é voluntária. De acordo com a técnica da saúde referência em DST/ AIDS do sistema prisional, Maria Andréa Oseliéri, varia entre 80% e 90% o índice de adesão dos presos aos testes, chegando até mesmo a 100% em algumas unidades. O alto índice, segundo ela, é resultado, sobretudo do trabalho de sensibilização e dos procedimentos de aconselhamento pré e pós-teste realizados nas unidades. A garantia do sigilo do resultado é outro incentivo.

A coleta de sangue ocorre dentro do próprio estabelecimento prisional, com suporte das secretarias de saúde estadual e municipais. Em seguida, a amostra é encaminhada aos laboratórios macro-regionais do Estado, que processam os exames e enviam os resultados à Superintendência de Atendimento ao Preso (Sape) da Seds. A partir daí, os envelopes seguem para as unidades prisionais.

Tratamento

Caso a primeira amostra indique alguma alteração, é providenciada a segunda etapa do exame, confirmatória. Nos casos de diagnóstico positivo para HIV, o tratamento passa a ser feito na rede municipal de saúde. “Nosso objetivo é que os presos sejam incluídos no SUS e passem pelo mesmo processo que os outros cidadãos”, afirma Maria Andréa.

A técnica ressalta que a realização do trabalho é fruto de uma parceria afinada entre a Seds e a SES. Isso permite que nos casos de transferência de um preso para outro estabelecimento prisional, a informação seja repassada para as duas secretarias, viabilizando a continuidade no tratamento.

Servidores

Também aos funcionários das unidades prisionais é oferecida a oportunidade de fazer o exame para detecção da doença. O trabalho de prevenção, incluindo a distribuição de preservativos é outra iniciativa que contempla também os servidores. As pessoas cadastradas para fazer visitas íntimas não realizam os testes nas unidades, mas passam pelo aconselhamento.

De acordo com Maria Andréa, a meta é que no decorrer de 2011 sejam realizadas 300 campanhas preventivas, não apenas relacionadas à AIDS, mas a outras doenças como sífilis e tuberculose. “A prevenção é primordial em qualquer unidade de saúde, por isso damos importância muito grande a ela nas unidades prisionais”, diz.