A parceria entre a Doiselles e a penitenciária começou em 2009. A cada coleção os detentos produzem, com padrão internacional de qualidade, cerca de 15 mil peças, que são vendidas no Brasil, Estados Unidos, Japão, França, Itália, Espanha, Inglaterra e Alemanha. “É a maturidade do sistema prisional, que foi caminhando e, hoje, está pronto para ser parceiro de qualquer empresa. Os presos são muito responsáveis, muito caprichosos, muito dedicados com tudo o que eles fazem”, afirma a diretora geral da penitenciária, Ândrea Valéria Pinto.

Pelo trabalho os detentos recebem remição de pena (a cada três dias trabalhados, um a menos no cumprimento da sentença), salário base de ¾ do salário mínimo e mais um percentual se as peças forem criação deles. Para a empresária da marca, Raquell Gonçalves, a parceria é vantajosa para todos. “O empresário tem descontos na carga tributária do funcionário, o Estado está ocupando uma mão de obra que estaria ociosa e, principalmente, a sociedade, porque a pessoa que estava cometendo delitos vai para a reclusão e traz, dali, uma consciência de produção de trabalho muito importante. Queremos mostrar que isso é uma história real, possível e de sucesso”, disse.

A exibição do filme, que acontecerá em duas sessões, às 18h e às 19h, faz parte da programação do Corredor Cultural 2012, evento promovido pela Prefeitura de Juiz de Fora por meio da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa). Para o subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade de Oliveira, o filme mostra o trabalho que o sistema prisional vem fazendo na ressocialização dos detentos. “Para a gente, mostrar que o indivíduo tem recuperação é de extrema importância. Estamos no caminho certo, eles estão trabalhando, sendo úteis à sociedade e a si mesmos”, disse.