Os presos trabalham de segunda a sexta, oito horas por dia, dentro da unidade prisional. Para isso, além de receberem ¾ do salário mínimo vigente por mês, o que corresponde a R$ 466, 50, há a remição de um dia de pena a cada três de trabalho. Eli Carlos da Silva, 31 anos, é um dos detentos que foram contratados e fala sobre a oportunidade que recebeu: “Agora posso escrever para meus familiares e lhes contar que estou trabalhando com dignidade, pois pretendo continuar esta nova vida, de forma honesta, quando estiver em liberdade". Atualmente cerca de 12 mil pre-sos trabalham e aproximadamente seis mil detentos estudam enquanto cumprem suas penas no sistema prisional mineiro.
Segundo o diretor de atendimento da penitenciária, Allan Campos, esses bons resultados vêm de um esforço de anos. “A unidade tem trabalhado para desenvolver métodos realmente eficazes para a ressocialização dos presos, entre eles estão as oportunidades de cursos profissio-nalizantes, oportunidades de trabalho e de educação”, conta.
O proprietário da Aragem Confecções, Eduardo Martins, afirma que os detentos prestam um serviço de qualidade: “Nós ficamos muito felizes em poder contar com essa mão-de-obra, que é tão qualificada, pois eles têm desenvolvido o trabalho com perfeição”. A empresa já estuda a possibilidade de ampliar suas instalações dentro do próprio presídio, com a criação de uma sala destinada ao corte de tecidos e aplicação de silkscreen, processo pelo qual a tinta é fixada no pano.
A unidade, que já tem divulgado junto aos empresários de Unaí os trabalhos desenvolvidos pelos detentos, busca novos parceiros: “Nós dispomos de mão-de-obra e espaço para a implantação de outras oficinas”, afirma Allan. O curso oferecido pela Aragem Confecções teve duração de dois meses, com uma carga horária total, entre aulas teóricas e práticas, de 240 horas.
Crédito fotos: Divulgação Seds