Os conhecimentos adquiridos pelos vinte alunos foram viabilizados por meio de uma parceria que envolveu a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), a empresa Imballaggio Ltda. e a Escola Móvel do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

A empresa instalou há três anos uma unidade de acabamento de bolsas e sacolas na penitenciária e emprega mão de obra de 33 detentos, que trabalham das 7 às 16h, de segunda a sexta-feira. A gerente de recursos humanos da Imballagio, Letícia Rocha Baggio, explica que as máquinas dos processos flexográficos funcionam na unidade industrial de Lagoa Santa, mas o curso possibilita aos presos a formação para um mercado de trabalho carente de mão de obra especializada. “A dedicação e o entusiasmo de todos durante o curso foi grande. É muito gratificante contribuir para o aprimoramento profissional de uma equipe interessada e produtiva”, relata Baggio. O processo utiliza uma forma de borracha ou fotopolímero com tintas de secagem rápida que pode ser aplicado em diversos tipos de materiais.

imbalaggio_oficina.jpgO interesse pelo curso pode ser medido por Adriano de Jesus, um dos alunos presentes no curso realizado de 03 a 07 de dezembro, e que mesmo com a recente progressão de regime para a prisão domiciliar, conquistada após o termino das aulas, voltou à unidade prisional para receber seu certificado. O detento Cláudio Augusto Silva acredita no conhecimento adquirido como “uma oportunidade para conseguir um trabalho quando deixar a penitenciária”.

A unidade de Ribeirão das Neves tem uma lotação de 1504 presos e cerca de 800 trabalham, distribuídos em parcerias de trabalho internas e externas, cartas de trabalho autorizadas pela justiça ou em serviços intramuros e extramuros. Do total de 43.600 presos, das 129 unidades da Suapi, mais de 13.000 presos exercem atividades de trabalho em Minas Gerais.

“Não faltam oportunidades de trabalho nas empresas parceiras do sistema penitenciário. Na José Maria Alkimin o número de presos trabalhando só não é maior por impedimentos da execução penal”, explica o diretor geral Igor Rodrigues de Pinho Tavares.