Cerca de 60 autoridades policiais e de fiscalização agropecuárias e aduaneiras participaram, nesta quinta-feira (28.06), de um workshop sobre o Mercado Ilegal de Defensivos Agrícolas no Brasil. O curso teve como objetivo capacitar os profissionais para atuarem na prevenção e repressão ao contrabando dos produtos.
Realizado no auditório da 5ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), em Uberaba, no Triângulo mineiro, o evento foi promovido pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), por meio da Escola Integrada de Segurança Pública, juntamente com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindveg).
Ao longo de todo o dia, os participantes discutiram as ações de segurança pública e seus desafios no combate ao mercado ilegal de defensivos agrícolas em Minas Gerais, os impactos dos defensivos agrícolas ilegais, as documentações necessárias para o transporte legal de defensivos, a análise da documentação do sistema de monitoramento dos veículos de carga e a apresentação dos elementos de segurança nas embalagens.
O secretário adjunto da Sesp, Aílton Lacerda, participou do workshop visando a identificação de eventuais vulnerabilidades nos processos de embalagem e transporte dos produtos e a implementação de um acordo de cooperação. “Nosso objetivo é aperfeiçoar as ações preventivas e repressivas ao contrabando, falsificação, desvios e subtração desse tipo de produtos”, explicou.
A ideia do workshop surgiu a partir de uma necessidade da Sindveg em capacitar os profissionais de segurança para atuação em crimes e outras ocorrências envolvendo os defensivos agrícolas. Para serem comercializados, os defensivos agrícolas passam por um rigoroso controle dos órgãos responsáveis (Ministério da Agricultura, Anvisa e Ibama), garantindo maior segurança de uso nas plantações. Porém, quando os defensivos são adquiridos no mercado paralelo, não há nenhum controle, não sendo possível ter a garantia de segurança para o uso.
A venda ilegal de defensivos agrícolas no mercado paralelo também é perigosa uma vez que esses produtos apresentam componentes tóxicos e que dependem de condições salubres de transporte e manuseio, precisando ser controlados desde o início da produção até a sua destinação final.
Para o gerente de produto do Sindveg, Fernando Marini, o contrabando e a falsificação de defensivos agrícolas já atingem níveis expressivos em todo o país. “Com os números da ilegalidade lá em cima é preciso debater as melhores práticas de fiscalização para expandi-las para todas as regiões do Brasil”, afirmou.
Texto: Poliane Brandão
Foto: Divulgação Sesp