Estimular a participação cidadã dos jovens em cumprimento de medida socioeducativa e seus familiares. É com esse intuito que a Casa de Semiliberdade São Luís, instalada no bairro Santa Mônica, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, está promovendo um ciclo de oficinas voltadas aos adolescentes que cumprem medida na unidade. As atividades tiveram início no dia 18 de abril e seguem até 11 de maio, com a participação ativa dos adolescentes nos debates. Pessoas que atuam no cenário político também foram convidadas para o diálogo.

O período contempla 13 dias de encontros e oficinas, que abordam temas como: oratória, democracia e eleições, a importância do voto e da liberdade de expressão, mulheres negras na política, urna eletrônica, educação, segurança pública, moradia, alimentação e saúde. Os adolescentes simularão uma campanha eleitoral, constituindo chapas, elaborando, debatendo e defendendo propostas, com direito a vídeo e material gráfico, para uma votação final, no dia 11/5.

O projeto, denominado “Eleição da São Luís 2022: Uma Prática Diária de Cidadania”, foi elaborado por profissionais da equipe técnica da unidade: pedagoga, oficineira, auxiliar educacional e analista jurídica. “A proposta é enfatizar a importância do voto e a participação popular nos espaços políticos, tanto formais quanto informais”, destaca a analista jurídica da unidade, Izabella Riza.

Emissão e regularização do título

Além do trabalho de conscientização, o grupo tem atuado na regularização e emissão do título de eleitor dos adolescentes, considerando o prazo final de tramitação para votar nas Eleições 2022 - 04 de maio. A mobilização também ocorre junto aos familiares, por meio de encontros esclarecedores, com orientações sobre o processo necessário para o exercício do direito ao voto.

Bruno Peregrino*, de 16 anos, está tirando o título de eleitor com o auxílio da equipe e pretende votar já nas próximas eleições. Ele conta que as oficinas estão lhe auxiliando na compreensão do cenário político atual e na escolha dos melhores candidatos para o atendimento de seus anseios. “Estamos aprendendo a importância do voto. Temos que saber em quem estamos votando e o que o político está oferecendo, para não votar na pessoa errada”, diz o jovem.

Para auxiliar no fomento dos debates, marcam presença no projeto o líder comunitário do Morro do Papagaio, Júlio Fessô, os vereadores Iza Lourença e Arnaldo Godoy, de Belo Horizonte, e a vereadora Moara Saboia, de Contagem.

* Nome fictício para preservar a identidade do adolescente, conforme recomendação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).


Texto: Dayana Silva

Fotos: Divulgação Sejusp