No contexto das celebrações do Dia da Consciência Negra, a Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo (Suase), vinculada à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), promoveu nesta segunda-feira, 20/11, o evento #ConexãoSocioeducativa: as relações Étnico-Raciais na Socioeducação - Perspectivas, Reconhecimento e Práticas. O debate reuniu palestrantes renomados no Auditório da Escola Estadual Governador Milton Campos, na capital, para discutir a importância das relações étnico-raciais no Sistema Socioeducativo.

Em parceria com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE), o evento foi transmitido ao vivo, em formato híbrido, nas páginas do YouTube da Sejusp e da SEE. A transmissão permitiu que a população acompanhasse e participasse do debate pela internet. A gravação do encontro ainda está disponível na página do YouTube da Sejusp, no link https://www.youtube.com/watch?v=Rwu2fG8ZPA0

A subsecretária de Atendimento Socioeducativo, Giselle Cyrillo, reforçou que o evento é um marco simbólico de compromisso com a pauta da equidade racial dentro do Sistema Socioeducativo. Giselle afirma que ao falar sobre o combate ao racismo no Sistema Socioeducativo é fundamentalmente falar sobre a educação. “Tive a oportunidade de acompanhar a socioeducação a nível nacional. O Brasil é muito plural, e as adolescências são igualmente plurais e diversas. Entretanto, existe um marcador que é convergente no Sistema Socioeducativo nacional: adolescentes que foram alijados do seu direito à educação. A escola é um equipamento de proteção e, cada vez que um jovem negro sai da escola, pode vir a somar futuramente ao Socioeducativo. Isso quando ele tem a chance de sobreviver e chegar até ele”, compartilhou a subsecretária.

A temática étnico-racial permeou o evento, refletindo sobre os desafios e as estratégias para enfrentamento dessas questões no contexto socioeducativo. Iara Viana, uma das palestrantes e especialista em áreas de risco social, destacou o quanto "temos que lembrar sempre que os jovens acautelados estão, inúmeras vezes, cobertos por diversas camadas do racismo estrutural". "É preciso reconhecer a história cultural de cada um por meio de uma pedagogia da diferença e acreditar neles, independentemente do ato infracional praticado".

Já Negro F., também palestrante e gerente de Ações Colegiadas da Prefeitura de Belo Horizonte, lembrou que é preciso desconstruir códigos e construir pontes. “Em um país onde temos a maior parte da população negra, deveríamos ter a maioria da população negra nos espaços de poder. Talvez assim muitos desses jovens não estariam recolhidos no socioeducativo”.

Projeto #ConexãoSocioeducativa

O projeto #ConexãoSocioeducativa, responsável por esta iniciativa, tem como objetivo central promover debates e discussões sobre o sistema, especialmente criando espaços para a construção conjunta de propostas voltadas para a política de atendimento em Minas Gerais.

Texto: Dayana Silva

Fotos: Tiago Ciccarini