O documentário tem a direção do próprio Lazhari e a exibição fez parte da programação do projeto “Hip Hop no Papagaio”, organizado pelo programa Fica Vivo! desenvolvido pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), em parceria com o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas).
O evento representou uma comemoração pelo Mês da Consciência Negra e a antecipação do Dia Mundial do Hip Hop, que é festejado internacionalmente hoje, dia 12 de novembro. Com um público de cerca de 200 pessoas, composto por crianças e adolescentes que frequentam as oficinas do Fica Vivo! do Aglomerado Santa Lúcia, juntamente com seus pais, mostrando a interação entre as diferentes gerações de moradores.
Professor de fotografia da Escola Francesa de Damas, Lazhari Abdeddaim foi fotógrafo de revistas famosas e organiza exposições temáticas ao redor do mundo. Atualmente, coordena projetos sociais em Bruxelas, na Bélgica, entre eles uma organização não-governamental de inclusão audiovisual. Ele conta que sua veia cinematográfica surgiu mesmo foi com o documentário, produzido em 2008.
Protesto
A filmagem retrata a cultura hip hop no Brasil. De acordo com o documentarista argelino, o movimento surgiu nos guetos americanos na década de 1960, como forma de discussão e protesto contra o preconceito racial, a miséria e a exclusão. “A maior parte das pessoas acha que o hip hop nasceu no bairro do Brooklin, em Nova York, nos anos 80, mas na verdade, ele é anterior a isso”, pontua Lazhari.
O filme tem como personagem principal o fundador do Movimento Organizado do Hip Hop no Brasil (MHHOB), Lamartine Silva, de 34 anos, mais conhecido como Negro Lamar, de Teresina, no Piauí. A entidade faz da cultura uma ferramenta de transformação social. Sonhador, introvertido, e melancólico, o protagonista parece, segundo relatos existentes no próprio filme, “carregar as dores do mundo”.
O documentário mostra o surgimento de uma nova geração de ativistas do hip hop, formada por jovens engajados e com consciência política. “Conheci Lamartine na França, por meio da minha esposa, que tem uma escola de dança. Achei-o uma figura fantástica e voltada às verdadeiras raízes do hip hop, ou seja, ligadas à contestação social. Não se parece com o hip hop atual da Europa, que tem, claramente, um foco comercial”, alega Lazhari.
Na avaliação do argelino, Minas Gerais se destaca pelo notável o envolvimento do Governo com as manifestações artísticas da periferia, entre elas o programa Fica Vivo!. Ao final da apresentação do filme, o oficineiro de rap Mano Gu e DJ Liu coordenaram atividades de integração entre Lazhari e o público, com a participação também do DJ Francis, convidado do Alto Vera Cruz.
A superintendente de Prevenção à Criminalidade da Seds, Fabiana Lima Leite, considera que o filme possibilitou um diálogo sobre o protagonismo juvenil. “A produção é muito rica na medida em que trata de questões racionais, de gênero e da identidade da favela em vários estados brasileiros”, disse.
Agência Minas , acesse para mais notícias do Governo de Minas Gerais
Acesse a Galeria de Fotos do Governo De Minas Gerais
Acompanhe também no http://www.youtube.com/governodeminasgerais