O Disque Denúncia (181) reúne, numa mesma central de atendimento, os
serviços de recepção, processamento e respostas a denúncias para
investigação de crimes e delitos direcionados à Polícia Civil, Polícia
Militar e Corpo de Bombeiros Militar. Para implantar serviço, foram
investidos R$ 700 mil no treinamento e capacitação de pessoal para fazer
o atendimento, além da criação de um programa de computador específico.
A central de atendimento única recebe denúncias por meio de linha
telefônica criptografada, que impede a identificação da chamada,
garantindo o anonimato ao denunciante. As denúncias são analisadas em
conjunto pelas corporações e, se procedentes, são encaminhadas para
investigação ou ação policial imediata.

Na quarta-feira (23), Rodiney Alves dos Santos, o ?Carrera?, foi preso
sob acusação de tráfico de drogas. Com ele foram apreendidas 200 pedras
de crack, 30 buchas de maconha e um revólver calibre .38. A prisão foi
resultado de uma ligação feita ao 181, que, além de garantir o anonimato
do denunciante, ainda repassa a ele uma senha para acompanhar o
andamento da denúncia. Rodiney foi autuado por tráfico e porte ilegal de
arma.

É importante ressaltar que o foco do 181 é o atendimento de denúncias
anônimas que resultem em investigação. Para situações de emergência, a
população deve continuar utilizando os números das corporações ? 190 da
Polícia Militar; 197 da Polícia Civil; e, 193 do Corpo de Bombeiros. Já
as denúncias sobre desvios de conduta dos policiais devem ser
encaminhadas às corregedorias de cada corporação.

*Crime esclarecido*

A prisão dos suspeitos de um assassinato ocorrido no dia 8 de dezembro,
no bairro Coqueiros, em Belo Horizonte, é mais uma prova da importância
do monitoramento da violência através das câmeras de vídeo. As imagens
do crime ficaram gravadas no 34º Batalhão da Polícia Militar e foram
utilizadas pela Polícia Civil para identificação dos autores, presos
pela Divisão de Crimes Contra a Vida, no dia 27 de dezembro. As câmeras
registraram toda a discussão que culminou no crime. A gravação não deixa
dúvida sobre a identidade do cúmplice e do autor do crime, que atirou
cinco vezes contra a vítima.

O videomonitoramento é uma moderna infra-estrutura de rede de fibra
óptica, aérea e subterrânea, com tecnologia de transporte de imagens em
alta velocidade e fidelidade, transmitindo ao Ciad o movimento das ruas.
Na central, as imagens são visualizadas, gravadas, reproduzidas e
arquivadas.
O major Sérgio Lara, da 8ª Companhia da PM, lembrou que as câmeras da
região Noroeste da capital foram inauguradas no dia 26 de novembro,
poucos dias antes do crime. Ele ressaltou que o esclarecimento do
homicídio, justamente através do monitoramento, serve para reforçar o
sistema como instrumento fundamental para o trabalho policial. ?Se não
fossem as imagens, dificilmente teríamos como esclarecer o crime. Apesar
de muitos terem presenciado o fato, há na região rumores de que o
acusado é muito perigoso?, acrescentou o delegado.

Ainda na fase de testes, as 66 câmeras da região Noroeste já apresentam
resultados, como a diminuição significativa da presença de compradores
de drogas. De acordo com estatísticas da Polícia Militar, o
monitoramento eletrônico reduziu os índices de violência em até 40% nas
áreas onde foi instalado, como no hipercentro de Belo Horizonte.

Para este ano, está prevista a ampliação do monitoramento eletrônico em
Minas, com a instalação de 72 câmeras em Uberlândia e 27 em Montes
Claros, num investimento de R$ 6 milhões. Em Itabira, onde já funcionam
18 câmeras, serão instaladas mais nove. E, na região Noroeste da
capital, mais 12 câmeras serão instaladas em 2008,

*Mais agilidade*      

Outro reforço para a melhoria da atuação das forças de segurança em
Minas foi a implantação do Centro Integrado de Atendimento e Despacho
(Ciad), que vem dando mais agilidade ao atendimento dos serviços de
emergência das corporações. Com a implantação do Ciad, foi possível
viabilizar a execução do projeto voltado para a contratação de
mão-de-obra civil para o atendimento às demandas das centrais 190 (PM),
193 (Bombeiros) e 197 (PC), liberando militares e policiais civis para
suas respectivas funções constitucionais de policiamento ostensivo e
repressivo, investigação e busca e salvamento.

A capacidade de atendimento aumentou com a instalação de mais cabines
pra receber as demandas. Atualmente, cerca de 300 profissionais, por
turno, estão à disposição do Ciad para atendimento à população.

A Integração da Gestão em Segurança Pública (Igesp) é um modelo de
organização e gestão do trabalho policial, proposto pela Secretaria de
Estado de Defesa Social de Minas Gerais, para integrar ações e
informações, visando à obtenção de resultados em segurança pública.
Baseado nos princípios de redução da criminalidade e de incremento da
qualidade de vida das comunidades, o modelo procura implementar ações
estratégicas sistemáticas e fundamentadas em informações compartilhadas.

O Igesp é, no Brasil, uma iniciativa pioneira na segurança pública. O
modelo tem como inspiração o COMPSTAT, uma estrutura de gerenciamento
policial adotada na década de 1990 pela Prefeitura de Nova Iorque, nos
Estados Unidos, assim como experiência similar desenvolvida na cidade de
Bogotá, na Colômbia. Estruturado a partir da formação das Áreas
Integradas de Segurança Pública (Aisp), que consolidam territorialmente
a atuação conjunta das Polícia Militar e Civil, o Igesp tem como
vértices a ação voltada para resultados, o foco na solução de problemas
e a aproximação com a comunidade.

Seu objetivo principal é promover ações integradas entre essas duas
polícias, englobando também outros órgãos e entidades para um maior
alcance e efetividade das ações de segurança pública. Além disso, o
modelo visa ao gerenciamento e sistematização das informações de
inteligência atualizadas e precisas, comunicadas claramente a todos os
agentes de segurança pública através de encontros estratégicos. O
conhecimento e a comunicação dessas informações permitem, além de uma
maior compreensão sobre a ocorrência de crimes e seus fatos geradores, a
implementação de táticas e estratégias eficazes de combate e prevenção à
criminalidade, com a alocação rápida, sincronizada e focalizada de recursos.

O monitoramento eletrônico, aliado às ações de prevenção à
criminalidade, investimento na integração das polícias, aumento dos
efetivos policiais e ampliação do sistema prisional, entre várias outras
ações, permitiram que Minas Gerais experimentasse, em 2007, o terceiro
ano consecutivo de queda nos índices de crimes violentos. Entre 2003 e
2007, a queda na capital foi de 49, 51. Na Região Metropolitana de Belo
Horizonte, a redução foi de 45,4%, enquanto, em todo o Estado, a
criminalidade violenta caiu 24,7% no mesmo período.