A apresentação de um coral composto por 15 presos deu início no dia 25.02 ao Projeto Vale a Pena, idealizado em parceria do Conselho de Criminologia e Política Criminal (CCPC) e o Presídio Antônio Dutra Ladeira, situado em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Os presos cantaram em português a música Agnus Dei, de autoria de Michael W. Smith, para um público composto por membros do CCPC, autoridades da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), diretores e servidores da unidade prisional e de outras unidades do município de Ribeirão das Neves, além de familiares dos detentos.

Aproximadamente 80 presos já foram selecionados para o Projeto Vale a Pena, que começou com o coral e terá também oficina de escultura, charge e contação de história. O principal objetivo do projeto é contribuir para a ressocialização dos presos, por meio das artes, além de desenvolver a capacidade cognitiva e sensorial. Os melhores resultados serão selecionados para futuras apresentações e exposições.

Para o desembargador e presidente do Conselho de Criminologia Alexandre Victor de Carvalho, o projeto significa a recuperação de vidas, pois a arte possibilita a expressão de sentimentos e a busca de um equilíbrio. “O coral e as outras oficinas artísticas ajudarão os presos no retorno à sociedade. Queremos estender o projeto para o maior número possível de unidades prisionais”, reforça.

Música

Profissionais de várias áreas estão envolvidos, de forma voluntária, para a realização do projeto e das oficinas, dentre sociólogos, administradores de empresas, artistas, advogados e servidores da Secretaria de Estado de Defesa Social.

O diretor-geral da unidade prisional, Luis Fernando de Souza, acredita que os presos do projeto serão “inspiradores” para novos participantes. “Um programa de artes em presídio e penitenciárias contribui para despertar sensibilidades, recuperando a humanidade no indivíduo e no próprio sistema prisional” avalia.

A primeira oficina em atividade conta com a dedicação do cantor Serginho Martinelli, que tem formação em canto lírico e uma experiência de trabalhos profissionais em mais de 20 países.

Serginho avalia que o grupo do coral tem um grande potencial e são muito empenhados e dedicados. “Identifiquei um preso com uma voz de tenor, posso arriscar até que se assemelha a Luciano Pavarotti”, revela.

As aulas de música ocorrem duas vezes por semana em um espaço do Presídio Antônio Dutra Ladeira.


Por Bernardo Carneiro

Crédito fotos: Marcelo Sant'Anna / Imprensa MG