A revitalização do pátio de sol, a construção de uma sala de aula e novas instalações para a administração do Presídio de Campos Gerais, situado no Território Sul, estão sendo feitas por 10 detentos, em troca de remição de pena. 

Esta mão de obra foi mobilizada pelo curso de pedreiro realizado no presídio com recursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), com carga horária de 200 horas-aula.

As obras começaram como parte prática do curso, com a construção da sala de aula. O diretor-geral do presídio, Everton Altieres da Silva, explica que, como a sala ficou pronta há poucos dias, ela será utilizada no início do próximo ano letivo. “Vai funcionar em três turnos, e terá, entre os alunos, os detentos que participaram da construção”, conta.

No pátio de sol, os detentos resolveram os problemas de rachaduras e desníveis, remarcaram a quadra de futebol, pintaram tabuleiros de dama nos bancos e ainda casas de jogo de amarelinha. Jésisica Lariane Fialho Silva, servidora do setor de trabalho e produção da unidade, observa que essas melhorias têm um efeito importante, principalmente nos dias de visita das famílias dos presos. “O ambiente ficou mais leve para os familiares e as crianças podem brincar”, diz.

O segundo pavimento do Presídio de Campos Gerais é a próxima frente de trabalho. Para essa nova área, estão previstas sete salas para a administração, dois banheiros, um miniauditório e refeitório para os servidores. O conjunto de obras está sendo feito graças a doações de pessoas, empresas e instituições da região.

Alternativas de trabalho

O curso de pedreiro do Pronatec e a experiência nas obras do presídio tem um significado especial para os detentos Roney Jacinto, 39 anos, e João Paulo Fonseca, 29 anos: ganhar mais dinheiro como pedreiro do que outras atividades tradicionais da região como as lavouras de café.

Roney teve a oportunidade de fazer, no presídio, além do curso de pedreiro, o de carpinteiro, horticultura, manutenção de trator e até bordado. “Ganha-se mais como pedreiro do que na lavoura. Aprendi a profissão aqui dentro e já tenho emprego garantido para quando sair”, garante Roney


Por Bernardo Carneiro

Fotos: Adilson de Freitas