As obras de recuperação do setor administrativo do Presídio de Governador Valadares, no Território Vale do Rio Doce, recomeçaram no último dia 28.09, em um trabalho conjunto da Secretaria de Administração Prisional (Seap) e do Departamento Estadual de Edificações e Estradas de Rodagem (DEER), vinculado à Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop). 

Segundo o diretor-geral do presídio, Fabiano Dutra da Silva, o orçamento previsto é de R$ 1,3 milhão, com prazo de aproximadamente 120 dias para a conclusão das obras de 31 salas, construção de escada para acesso ao pavimento da área administrativa, além da reinstalação de toda a parte elétrica da unidade prisional.

O presídio ficou praticamente destruído em junho de 2015, por depredação e incêndio em uma rebelião. A maior parte dos detentos precisou ser transferida para outras unidades da Seap. Em julho deste ano, a carceragem voltou a funcionar plenamente, após reconstrução, ficando pendente as obras do setor administrativo.

A normalização do funcionamento de parte das instalações elétricas já possibilitou aos presos receber dos parentes ventiladores e televisores.

Mão de obra

Quinze detentos do Presídio de Governador Valadares estão prestando serviço para a empresa Brascoemp Brasil Construções e Empreendimentos Ltda, que é a executora das obras.

Os presos recebem ¾ do salário mínimo e remição de pena – desconto de um dia a cada três trabalhados. Alguns deles tinham experiência anterior à prisão na construção civil, como é o caso de Fábio Júnior de Jesus Machado, de 33 anos de idade, e Elyenay Gomes Gonçalves, de 23 anos.

Fábio trabalhou 10 anos como pedreiro. Ele diz que a oportunidade de voltar ao ofício, somada ao benefício da remição representam uma grande esperança e ainda a possibilidade de manter a mente ocupada de forma saudável.

Já Elyenay observa que sua contribuição como pintor vai garantir a entrega das salas como se fossem novas. “Peguei oito anos de pena e por enquanto cumpri sete meses. Quero trabalhar muito e fazer bem feito, isto só me ajuda.”


Por Bernardo Carneiro

Fotos: Claudinei Ferreira do Carmo