Campos Júnior disse que a pesquisa servirá de subsídio para que o sistema de defesa social articule novas estratégias para a otimização das ações de defesa social e segurança pública. Ele lembrou que Minas tem obtido indicadores de criminalidade violenta cada vez mais favoráveis, com decréscimos significativos e que a preocupação, agora, passa a ser, articular com a sociedade outras táticas que envolvam a promoção da segurança cidadã, especialmente no trânsito, de maneira a melhorar a qualidade de vida das pessoas e suas percepções de segurança. “Acreditamos que, a exemplo do que aconteceu em outras cidades, como Bogotá, a potencialização da cultura cidadã terá um efeito multiplicador em que as pessoas freqüentarão mais espaços públicos e participarão mais da vida social, angariando uma percepção de segurança melhor”.
O secretário refere-se ao fato de que na capital da Colômbia, após a implementação de políticas específicas, houve redução significativa dos índices de violência. O trabalho, em Belo Horizonte, foi realizado entre maio e junho de 2008 e custou R$ 87 mil, com a cooperação do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Foram ouvidos 1800 homens e mulheres a partir de 14 anos, em todas as regiões da cidades. O pesquisador da Corpovisionários, Henry Murrain, disse que vários aspectos do trabalho, os surpreendeu como a boa percepção dos mineiros para serem regulados por outros; a boa disposição para fazer acordos e o alto índice de intolerância a narcotraficantes e corruptos. Algumas das conclusões negativas a serem trabalhadas são a baixa confiança em políticos e no Congresso Nacional; a baixa participação cidadã e a baixa disposição em exercer a mútua regulação (controle social). “Aqui em Belo Horizonte, se alguém ver outra pessoa atravessando fora da faixa de pedestre, dificilmente vai lhe chamar a atenção. Vigora, de certa forma, a crença do cada um por si”, comentou Henri.