Pedron acha importante ressaltar que essa iniciativa é mais uma prova do “salto de qualidade” que a Seds vem apresentando. Na avaliação dele, o sistema não está sendo apenas expandido com a construção de novos Centros Socioeducativos, mas está crescendo em ofertas de ressocialização, parcerias dentro e fora das unidades e ganhos nos atendimentos técnicos. Atualmente, a Suase mantém convênio com a Escola Guignard para a realização de oficinas de artes a internos de sete unidades e convênio com a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) De Peito Aberto que oferece atividades esportivas aos jovens acautelados em todos os centros da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), incluindo Sete Lagoas. Além disso, há uma parceria com o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) que oferece 300 vagas, em cursos profissionalizantes diversos, para jovens internos, também em centros da RMBH. O subsecretário adiantou, inclusive, que já está sendo negociada a oferta de cursos de padeiro e pizzaiolo, a cargo de profissionais do Senac, para os adolescentes do Santa Helena.

Em dezembro do ano passado, quando alguns jovens iniciaram a capacitação com um funcionário da própria unidade, eles produziram cerca de duzentos panetones que foram vendidos aos seus familiares e a parceiros do Centro Socieoducativo. O dinheiro arrecadado foi usado na compra de mais matéria-prima. Pedron reitera que, a princípio, a iniciativa não visa lucro, apenas o ensino de um ofício aos jovens. “Primeiro, a padaria deve se tornar autossustentável, depois poderemos pensar em algumas parcerias com o objetivo de fornecer pães e outras delícias a estabelecimentos de terceiros”. Todos os adolescentes do Santa Helena serão capacitados.

Fabricação

A padaria, denominada “Sonho de Liberdade”, foi montada especialmente para atender aos jovens. As aulas acontecem de segunda a sexta-feira, no período da tarde. Divididos em duas turmas de quatro alunos cada, os adolescentes aprendem as técnicas de preparo de diversas guloseimas como pães, bolos e salgados. Além disso, participam de palestras sobre conservação de alimentos e cuidados com a higiene.

“O desempenho da turma é muito bom”, avalia o agente socioeducativo e instrutor de panificação, Antônio Calixto dos Reis, que é formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). “É visível o interesse de todos. Por isso, tenho ensinado a eles tudo o que se vende em uma padaria, desde pães de queijo a compotas de doces”, disse.

Na ausência de Antônio Calixto, o adolescente P.H., escolhido como monitor o substitui. O adolescente, que andava sem motivação e não participava de outras oficinas, é hoje considerado pela diretora do Centro, Ana Carolina Gouveia Veloso, destaque do curso. “A partir da descoberta da panificação, P.H. mudou completamente. Ele tem aproveitado todas as aulas e já fabricou vários produtos,” comentou. Segundo ela, o jovem foi um dos responsáveis pela escolha do nome da padaria.

Para P.H., o curso tem um significado muito maior que apenas fazer pães. “É uma chance de aprender coisas novas e também de  ajudar outras pessoas,” contou.  E dedicação não falta ao adolescente que, juntamente com outros dois colegas de curso, apoiou e motivou a participação de D.F.A. nas aulas.

Tímido, D.F.A. demonstrava o interesse pelo curso, mas por ter dificuldades com a leitura, não sabia como faria para ler as receitas. “Hoje fiz minha primeira aula e estou muito feliz. Aprendi a fazer compota de banana. Espero ainda fazer muito mais e, quem sabe um dia, abrir a minha própria padaria,” disse.

Oficinas e educação

O Centro Socioeducativo Santa Helena oferece cerca de dez oficinas aos adolescentes. Entre elas estão, a oficina de cultivo de hortaliças e temperos usados na padaria e, a de informática, onde são impressas as etiquetas com data de validade dos produtos e os folders de divulgação para encomenda.

No Santa Helena funciona ainda a Escola Estadual Jovem Protagonista, autorizada pela Secretaria de Estado de Educação (SEE). Aulas de inglês também são oferecidas aos internos.

A Suase conta hoje com 28 unidades socioeducativas, entre centros de internação, internação provisória e casas de semiliberdade, totalizando 1.074 vagas.


i_videoc.gifGoverno de Minas capacita jovens para a panificação


c_escuta.gifGoverno de Minas capacita jovens infratores para a panificação

 

 

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