Esse conceito de gestão parte do pressuposto de que um problema local precisa de uma gestão local para ser melhor solucionado, pois considera as especificidades socioeconômicas e culturais de cada área. Durante a solenidade de inauguração, o secretário de Estado de Defesa Social, Maurício Campos Júnior, falou sobre a sua satisfação em ver as duas corporações policiais reunidas numa estrutura digna e com a presença da comunidade. “Isso é o mais importante: que a pessoas sintam ser esta a sua Polícia”. Além do benefício da integração, o secretário lembrou que a criação de sedes de Aisps proporcionam a aplicação da filosofia de polícia comunitária, aquela que é capaz de mediar conflitos, promover entendimentos e compreender o drama das comunidades em que atuam.
O delegado geral Marco Antônio Monteiro de Castro, também manifestou sua alegria, “como cidadão” e “como chefe da Polícia Civil”, de participar da inauguração de um local tão importante. Ele reconheceu que, durante anos, as duas corporações estiveram mal alojadas em Nova Contagem, com dificuldades estruturais consideráveis. “Eu mesmo, quando fui delegado de Contagem, e também meu pai que aqui atuou, acompanhamos de perto a realidade dessa região. Agora, as perspectivas de trabalho são as melhores possíveis”, falou. Em concordância com o secretário, Monteiro de Castro destacou que o foco da AISP é a comunidade. Por isso, as ações policiais devem ter um cunho participativo, com o objetivo de reduzir o medo do crime e de satisfazer a comunidade local, melhorando a qualidade de vida nas áreas integradas.
O chefe da 5ª Delegacia, João da Silva Lisboa, lembrou que, ao assumir a função em 2006, a instituição ocupava uma antiga casa que assemelhava-se a um depósito de carros e que a PM também não estava em situação melhor, ocupando um prédio comercial, longe de oferecer uma estrutura ideal para abrigar uma companhia. “De forma que, as novas instalações promovem uma valorização profissional e das condições de trabalho das duas corporações”, disse. João contou que a PC e a PM locais sempre trabalharam próximas. Já existe uma prática de troca de informações e de ajuda mútua bastante intensas. “Se nós, numa ação de Polícia Judiciária, pretendíamos atacar determinado problema, mas o efetivo era pequeno, acionávamos a PM. Agora, obviamente, isso vai ficar ainda mais fácil. Vamos buscar soluções, em conjunto, para os problemas que surgirem”.
Outro que comemora a conquista, é o Capitão Cláudio Fontes, que define o local como a “realização de um sonho”. Morador de Nova Contagem há dez anos, ele vislumbra uma maior facilidade de execução dos esforços empreendidos e a oferta à população de um referencial de segurança único. Ou seja: as duas polícias numa só. “Houve um tempo em que as pessoas não iam ao quartel da Polícia Militar porque este funcionava dentro da Penitenciária Nélson Hungria”, lembrou. A reaproximação com a comunidade começou a acontecer em 2005 quando a corporação passou a ocupar um prédio do lado de fora da unidade prisional. “Agora, com este quartel mais equipado, a importante atuação do Fica Vivo e outras intervenções pontuais, essa relação com a comunidade tende a ser cada vez melhor e mais interativa”. Ele informou que, já na próxima semana, deve acontecer a primeira reunião das duas corporações que compõem a 26a. Aisp, para o estabelecimento de metas comuns.
A Metodologia Igesp
Iniciada de forma pioneira no Brasil em 2003, a metodologia Igesp é uma estratégia de segurança pública que tem alcançado resultados significativos na redução da criminalidade. O modelo tem como inspiração o COMPSTAT, uma estrutura de gerenciamento policial adotada na década de 1990 pela Prefeitura de Nova Iorque, nos Estados Unidos, assim como experiência similar desenvolvida na cidade de Bogotá, na Colômbia. O sistema, estruturado a partir da formação das Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisps), tem como vértices a ação voltada para resultados, o foco na solução de problemas e a aproximação com a comunidade.