A jornada de diária de trabalho será de oito horas, de segunda a sexta-feira, com direito a almoço na própria superintendência. De acordo com o superintendente de Articulação Institucional e Gestão de Vagas, Murilo Andrade Oliveira, a falta de funcionários para organizar o arquivo se somou ao interesse em dar às detentas oportunidade de trabalho, dando origem à iniciativa. “É uma tentativa de unir uma coisa à outra”, afirma.

 

Essa não é a primeira experiência com presos no setor. Quando a superintendência mudou de prédio, 15 recuperandos da Penitenciária José Maria Alckmin e 10 detentas da PIEP atuaram na parte de limpeza. Além disso, há um ano um dos presos trabalha na Administração. “Ele é um funcionário muito bom e gosta de trabalhar aqui. Acho que é porque se sente valorizado”, diz o superintendente.

A detenta Edileusa Compart conta que está presa há sete anos e desde então já trabalhou com artesanato, faxina, fez massa de cimento e quebrou paredes. “Considero esta a atividade mais importante, porque é fora da unidade. É bom ter contato com as pessoas que estão livres, saber como elas estão nos vendo, senão vamos ficar igual bicho quando sairmos. Cheguei um pouco retraída, mas me trataram tão bem que acabei me desinibindo”, conta.

Oportunidade

Para a recuperanda Cristiana de Carvalho, que também começou a trabalhar na Saig, o fato de não haver distinção no tratamento pelo fato de estar presa é motivo de orgulho. “Aqui não nos tratam de forma diferente porque estamos vestindo uniforme do sistema prisional. É como se a gente fosse um deles”. Ela acrescenta que todo trabalho é importante, pois quando sair da prisão vai ter experiência e, consequentemente, mais facilidade em se lançar no mercado de trabalho.

Aproveitar as oportunidades e aprender com a vida, aliás, tem sido uma tônica na passagem dessas mulheres pela prisão. Quando chegou à PIEP, Edileusa começou a estudar na quarta-série do ensino fundamental e agora já está no primeiro ano do ensino médio. Sua colega de turma, Ieda Fernandes Souza, de 57 anos, fez o mesmo percurso dentro da penitenciária. “Sinto que evolui muito. Fiz dessa prisão uma lição de vida. Ficar sem fazer nada é que não pode”, afirma.

Atualmente, 5.323 presos desenvolvem algum tipo de trabalho enquanto cumprem suas penas. Desse total, 3.473 realizam atividades internas e 1.850 trabalham fora das unidades, por meio de parcerias com prefeituras ou com a iniciativa privada. Na opinião do superintende de Atendimento ao Preso, Guilherme Faria, a ocupação é fundamental para a ressocialização dos detentos. “O trabalho como forma de inserção constrói novos valores para a pessoa privada de liberdade, uma vez que alimenta nela uma nova perspectiva de vida para quando sair da prisão”, avalia.

 

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Crédito Foto: Lívia Machado/ Ascom Seds 

 

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