A ressocialização dos presos por meio do trabalho é uma política da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) e os resultados tem sido positivos. De acordo com o diretor de Trabalho e Produção da Seds, Helil Bruzadelli, 52% dos presos que trabalham durante o cumprimento da pena são absorvidos pelo mercado quando ficam livres. “As parcerias são uma resposta à sociedade de que os presos não estão ociosos, sem falar que as pessoas que cumprem pena no Presídio de Abaeté são oriundos da própria região e o trabalho para a prefeitura é uma forma de beneficiar a população local”, diz Bruzadelli. Além disso, ele aponta uma outra vantagem da política de trabalho no sistema prisional. “O preso que trabalha não dá problema, é disciplinado. À noite ele quer dormir e descansar”, afirma.

O prefeito de Abaeté, Cláudio de Souza Valadares, afirma que a contratação de mão-de-obra dos detentos vai suprir a falta de funcionários da prefeitura e viabilizar obras como o recapeamento de 15 km de asfalto além de liberar servidores para atuarem como jardineiros das praças da cidade, que foram revitalizadas recentemente. “A Prefeitura precisa dessa mão-de-obra. Vai beneficiar o sistema prisional, o preso e a cidade de Abaeté”, conclui.

Mais trabalho

Três detentos do Presídio de Abaeté trabalham na fabricação de vassouras feitas de garrafas pet em um espaço dentro da própria unidade. As vassouras são vendidas na feira do município, nas manhãs de sábado e custam R$6,50 cada. De acordo com o diretor geral do presídio, Ronaldo Gomides, a produção varia conforme a quantidade de material disponível, mas eles já chegaram a produzir três dúzias por dia, sem problemas com as vendas. “A quantidade que fizer é vendida”, afirma. Por este trabalho os presos recebem remissão de pena – a cada três dias trabalhados, um a menos no cumprimento da sentença.

As possibilidades de trabalho, dentro e fora das unidades, para detentos de todo o Estado de Minas Gerais são diversificadas. Há artesanato, horta, padaria, limpeza, construção civil, fabricação de meias, bolas, blocos, gaiolas e várias outras atividades que, por meio do programa Trabalhando a Cidadania, dão emprego a cerca de 8500 presos.