O grupo de presos se divide em dois turnos diários de trabalho, sendo um das 7h às 12h e outro das 12h às 17h. Pelo trabalho, eles recebem ¾ do salário mínimo e remissão de pena – a cada três dias trabalhados, um a menos no cumprimento da sentença. De acordo com o diretor de ressocialização do presídio, Leandro Rodrigues Palma, a parceria reflete em uma economia substancial para a cidade, com a redução do custo unitário do bloquete de R$2,10 para R$0,30.
O trabalho faz parte do Projeto Reconstrução, por meio do qual 70 detentos do Presídio de Itajubá realizam diversos serviços para a prefeitura, como reformas prediais de postos de saúde e unidades policiais, capina urbana e plantio de mudas. O benefício é coletivo, uma vez que os presos têm a oportunidade de trabalhar enquanto cumprem pena ao mesmo tempo em que a prefeitura reduz gastos e soluciona o problema de falta de mão-de-obra. Os cidadãos de modo geral também são beneficiados, vivendo em uma cidade mais limpa, organizada e que dá exemplo de inclusão.
Diversificação
Além das atividades do Projeto Reconstrução, os detentos do Presídio de Itajubá trabalham na lavanderia da unidade e na separação de materiais para reciclagem para duas empresas parceiras. No total, cerca de 90 presos estão trabalhando enquanto cumprem pena.
As atividades de ressocialização também envolvem estudo e capacitação. No início de dezembro, 15 presos concluíram o curso de empreendedorismo ministrado por professores do Centro de Educação Profissional (CEP) de Itajubá e da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas (Facesm). Para o primeiro semestre de 2011, está prevista a inauguração de uma escola dentro da unidade prisional.
Exemplo
Os detentos de Itajubá não são os primeiros a trabalhar com fabricação de blocos. Em agosto de 2008, o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), firmou parceria com a empresa Mecan Indústria e Locação de Equipamentos, que viabilizou a montagem de uma fábrica dentro daquela unidade. Atualmente, 10 presos estão trabalhando no local, produzindo cerca de 3 mil blocos por dia.
A ressocialização dos detentos é uma das prioridades da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Em todo o Estado, cerca de 9 mil presos estão trabalhando e 5 mil estudam em escolas regulares, dentro e fora das unidades prisionais.