roubo

Os municípios de Contagem, Betim, Sete Lagoas, Ribeirão das Neves e Santa Luzia, que respondem juntos por 21% dos roubos consumados e tentados de Minas Gerais, têm o transeunte como vítima em pelo menos metade dos casos. Esse padrão se assemelha ao de Belo Horizonte, que contribui com 36% dos registros dessas naturezas de crimes do Estado. Na capital, os roubos a transeuntes são 54% do total, sendo que em algumas Zonas Quentes de Criminalidade (ZQC’s) essa participação supera a casa dos 70%.

Essas conclusões fazem parte dos Diagnósticos de Incidência de Roubos para os cinco municípios entre janeiro de 2014 a maio de 2015, produzido pela Secretaria de Estado de Defesa Social, por meio do Centro Integrado de Informações de Defesa Social (Cinds). O estudo para Belo Horizonte, referente ao mesmo período, foi divulgado no último dia 8 de julho. No conjunto, os seis diagnósticos abrangem 57% dos registros de roubos consumados e tentados de Minas Gerais no período.

Exceto em Betim, onde, assim como em Belo Horizonte, os roubos de veículos (embarcações no jargão técnico) e de valores no interior dos mesmos foram o segundo alvo, nas demais cidades o roubo a estabelecimentos comerciais e de serviços assumiram a vice-liderança, embora com pouca margem.  A baixa representatividade dos roubos consumados e tentados a residências, próxima de 0,1% dos registros, se manteve.

Contagem

Nada menos do que 11% dos roubos consumados e tentados em Minas Gerais nos 17 meses pesquisados ocorreram em Contagem, que detém apenas 2,9% da população do Estado.  Oito Zonas Quentes de Criminalidade (ZQC’s) do município concentraram 27% dos registros, embora representem cerca de 5% da superfície de Contagem. Isoladamente, a ZQC João César de Oliveira, dominada pela avenida homônima, na Região do Eldorado, concentrou 12,5% das ocorrências de roubos consumados e tentados da cidade. Trata-se de uma área de quatro quilômetros quadrados, correspondentes a 2% do território do município.

Além da João César, as ZQC’s que tiveram, cada uma, participação de mais de 2% no total de registros de roubos consumados e tentados em Contagem foram a Alvarenga Peixoto (4,89%), Tito Fulgêncio (2,68%) e Água Branca (2,31%).

Considerando a ZQC João César de Oliveira, única enquadrada na categoria de alta concentração de roubos, com índice de 1,8 registros por metro quadrado no período estudado, o roubo a pessoa teve a mais alta incidência, de 71%, tendo como principais alvos transeuntes (51%), motoristas ou passageiros de ônibus ou táxi (10%), cliente ou funcionário de estabelecimento (9%).

A segunda categoria foi a de roubo a estabelecimentos comerciais ou de serviços (13,5%), com destaque para as padarias e confeitarias (3,6%). Os roubos a veículos vieram a seguir, sendo o alvo de 12,3% dos roubos em Contagem.

Também tendo como referência a ZQC João César, o principal meio empregado na execução dos roubos foi a arma de fogo, com participação de 55,5%, seguido de outros meios não especificados (17%) e da ameaça (13%).

Betim

Betim foi o cenário de 5,1% dos roubos consumados e tentados ocorridos em Minas Gerais. O conjunto de quatro Zonas Quentes de Criminalidade (ZQC’s): Região Central (9,54%), com alta incidência,  Jardim das Alterosas (3,47%), Laranjeiras (2,5%) e São Caetano (2,2%), com média incidência, contribuiu com 17,7% do total de registros desses tipos de crime no município.

Na ZQC Região Central, especialmente nas imediações das avenidas Governador Valadares, Amazonas e Edméia Matos Lazzarotti, a densidade de roubos consumados e tentados foi de 1,2 por metro quadrado no período sob análise, numa área que representa apenas 1,7% da superfície do município.

O transeunte foi o alvo em 54,2% dos casos na ZQC, seguido do motorista ou passageiro de ônibus ou táxi, 11,6%; dos veículos (11,4%) e do cliente ou funcionário de estabelecimento (9,6%). Estabelecimentos comerciais ou de serviços foram a meta em 9,1% dos registros. Também na ZQC Região Central, a arma de fogo foi o meio empregado em 60,7% dos registros, seguida da categoria ‘não especificado’, com 15,8%, e a ameaça, com 11,9%.

Sete Lagoas

O município de Sete Lagoas contribuiu com 2,4% das ocorrências de roubos consumados e tentados de Minas Gerais. Nada menos do que 34% dos registros na cidade se concentraram numa única ZQC, a Região Central, que abarca apenas 1,5% do território do município. O núcleo da ZQC foi a Praça Barão do Rio Branco.

Na Região Central, o principal alvo dos crimes foi o transeunte, que aparece em 55,1% dos registros, seguido do estabelecimento comercial ou de serviços, 15,1%; do cliente ou funcionário de estabelecimento, 11,1%; do motorista ou passageiro de ônibus ou táxi, 6,3%, e dos veículos, 5,3%.

O meio empregado mais frequente nos roubos foi a arma de fogo (47,5%), outros/não especificado (17,6%), instrumento cortante, perfurante, contundente (12,8%), a ameaça (11,4%) e a agressão física (9,2%).

Ribeirão das Neves

O município de Ribeirão das Neves respondeu por 1,4% dos registros de roubos consumados e tentados do Estado. Na cidade, quase 24% desses tipos de crimes ocorreram na ZQC Justinópolis, junto à divisa com Belo Horizonte, que compreende 4% da superfície de Ribeirão das Neves. Em ordem decrescente de incidência apareceram as ZQC’s Centro, com aproximadamente 6%, e San Genaro, com cerca de 5%.

O alvo preferencial nos roubos na ZQC Justinópolis foi o transeunte, que figurou em 51% dos registros; seguido do cliente ou funcionário de estabelecimento, 18%; ∕do estabelecimento comercial ou de serviços, 10%; motorista ou passageiro de ônibus ou táxi, 9,5%, e veículos, 4%.

Também na ZQC Justinópolis, o emprego da arma de fogo apareceu em aproximadamente 66% das ocorrências. A categoria outros/não especificado respondeu por 14%. O terceiro meio mais frequente foi a ameaça (10%), seguido do objeto cortante, perfurante ou contundente, com participação de quase 6%.

Santa Luzia

O município de Santa Luzia, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte, teve uma participação de 1% no total de roubos consumados e tentados registrados em Minas Gerais. A única área que apresentou suficiente incidência desses tipos criminais para justificar a classificação de Zona Quente de Criminalidade foi a faixa dominada pela Avenida Brasília, na Região do São Benedito. A ZQC concentrou 27,5% das ocorrências de roubos, embora represente apenas 0,66% da área do município.

Os principais alvos dos roubos consumados e tentados na ZQC Avenida Brasília foram o transeunte (47,7%), os estabelecimentos comerciais ou de serviços (19,4%), o cliente ou funcionário de estabelecimento (13,7%), motorista ou passageiro de ônibus ou táxi (9,5%) e veículos (6,3%).

O meio mais utilizado nos roubos foi a arma de fogo (70,5%), a ameaça (8,3%), a categoria outros/não especificado (8,1%), a agressão física (6,5%) e o instrumento cortante, perfurante, contundente (3,8%).