Mais etapa dos Fóruns Regionais de Políticas Sobre Drogas foi realizada nesta sexta-feira, 04.03, em Belo Horizonte, com a participação de mais de 500 pessoas de 78 municípios. O ciclo de debates é uma realização da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), por meio da Subsecretaria de Políticas Sobre Drogas (Supod) e reúne autoridades estaduais, gestores municipais, representantes de comunidades terapêuticas, de conselhos municipais, entre outras instituições.
Desde o segundo semestre do ano passado, ocorreram nove fóruns no interior do Estado, que reuniram cerca de seis mil líderes comunitários. Na etapa de Belo Horizonte, o foco do debate foi prevenção da dependência química.
Os encontros fortalecem os Conselhos Regionais de Políticas sobre Drogas, envolvendo as esferas estadual e municipal, incentivam a criação de novos conselhos sobre drogas e incorporam os já existentes à Rede Integrada de Conselhos Municipais Antidrogas (RICOMAD).
Durante o encontro de Belo Horizonte, o subsecretário de Políticas sobre Drogas da Seds, Rafael Miranda, afirma que está elaborando um novo edital, para o credenciamento de outras comunidades terapêuticas, visando à ampliação de vagas para os dependentes químicos do estado. “Hoje são aproximadamente 600 vagas, pretendemos ampliar para, pelo menos, 1.000”, revelou Miranda.
Já o deputado Léo Portela, da Comissão de Prevenção e Combate ao Uso do Crack e Outras Drogas da Assembleia Legislativa de Minas, destacou que os fóruns possibilitam a interlocução entre o governo e as comunidades, revelando peculiaridades de cada região.
Testemunho
Os fóruns têm sido uma oportunidade importante para conscientizar a população, por meio do testemunho de ex-dependentes químicos que hoje estão engajados nas políticas públicas de prevenção e combate ao uso de drogas. É o caso da diretora da Secretaria de Política sobre Drogas de Esmeraldas, Cintia Rodrigues, de 32 anos, que chegou a ser presa quatro vezes por tráfico.
Cíntia conta que não tinha a mínima preocupação com os consumidores de drogas. Isso mudou, segundo ela, na cadeia, onde pôde ver de perto as crises de abstinência sofridas por colegas de cela, o que lhe despertou o desejo de ajudá-las. Quando progrediu para o regime semiaberto, paralelamente ao trabalho, tornou-se uma estudiosa das políticas públicas sobre drogas. “Acredito que o apoio familiar é fundamental para que o usuário vença a dependência química”, cita a diretora.
Por Dayana Silva
Crédito foto: Osvaldo Afonso / Imprensa MG